Pelo menos 22 mortos em combates entre regime e jihadistas na Síria
Nas últimas semanas, a província de Idlib e os territórios adjacentes têm sido cenário de combates esporádicos ou de fogo de artilharia
© DR
Mundo Síria
Pelo menos 22 combatentes morreram hoje no noroeste da Síria em confrontos entre as forças do regime sírio e 'jihadistas', apesar de estar em vigor uma trégua negociada há dois meses, divulgou hoje uma organização não-governamental (ONG) local.Nas últimas semanas, a província de Idlib e os territórios adjacentes têm sido cenário de combates esporádicos ou de fogo de artilharia, o que tem revelado a fragilidade de um cessar-fogo adotado no início de março nesta região, considerada como o último grande reduto da resistência (rebelde e 'jihadista') contra o Presidente sírio, Bashar al-Assad.
Os confrontos de hoje mataram "15 combatentes das forças do regime ou de milícias aliadas, mas também sete 'jihadistas'", incluindo do Houras al-Din, pequeno grupo com ligações à Al-Qaida, informou o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH).
Estes incidentes foram desencadeados após um ataque 'jihadista' noturno contra posições do regime, indicou a ONG.
É o balanço de mortos "mais alto desde a entrada em vigor da trégua", afirmou, em declarações à agência France Presse (AFP), o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahmane.
Composto por 1.800 elementos, o grupo Houras al-Din integra combatentes estrangeiros e luta ao lado dos 'jihadistas' da organização Hayat Tahrir al-Sham (HTS, grupo controlado pelo ex-braço sírio da Al-Qaida) que domina a zona de Idlib, segundo precisou o OSDH.
O atual cessar-fogo, mediado pela Rússia (aliado de Damasco) e pela Turquia (que apoia alguns grupos rebeldes), foi adotado após vários meses de uma forte ofensiva conduzida pelo regime sírio, com o apoio da força aérea russa, que provocou nesta região perto de um milhão de deslocados e pelo menos 500 mortos civis.
A calma precária registada ao longo dos últimos dois meses permitiu que cerca de 120 mil deslocados regressassem às respetivas casas, segundo a ONU.
Desencadeado em março de 2011 pela violenta repressão do regime de Bashar al-Assad de manifestações pacíficas, o conflito na Síria ganhou ao longo dos anos uma enorme complexidade, com o envolvimento de países estrangeiros e de grupos 'jihadistas', e várias frentes de combate.
Num território fragmentado, o conflito civil na Síria provocou, em quase uma década, mais de 380 mil mortos, incluindo mais de 100 mil civis, e milhões de deslocados e refugiados.