Coreia do Norte vai cortar comunicação com Coreia do Sul, diz agência
O anúncio vem após desertores norte-coreanos lançarem, em direção à Coreia do Sul, panfletos de propaganda contra Pyongyang pela fronteira dos dois países
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A Coreia do Norte anunciou que vai cortar todos os seus canais de comunicação –sobretudo militares–, com a Coreia do Sul, segundo a agência estatal norte-coreana KCNA informou nesta terça (9), pelo horário local.
O anúncio vem após desertores norte-coreanos lançarem, em direção à Coreia do Sul, panfletos de propaganda contra Pyongyang pela fronteira dos dois países. O material criticava o regime de direitos humanos e as ambições nucleares do Norte, que responsabilizou Seul por não ter impedido a ação dos opositores.
Como primeiro passo, ao meio-dia da terça-feira (meia-noite no horário de Brasília), a Coréia do Norte fechará as linhas de comunicação em um escritório de ligação inter-coreano, bem como as linhas diretas entre os militares e escritórios dos governantes dos dois países, segundo a notícia.
A Coreia do Norte já havia ameaçado, na semana passada, fechar o escritório de aproximação com seu vizinho e tomar medidas adicionais para punir Seul.
Kim Yo Jong, a influente irmã de Kim Jong Un, também ameaçou descartar o acordo militar entre os dois países a não ser que Seul impeça que os militares enviem panfletos anti-Pyongyang. Ela passou a se referir ao vizinho do sul como "inimigo".
"Os canais de comunicação regulares são mais necessários durante uma crise e, por esse motivo, a Coréia do Norte os interrompe para criar uma atmosfera de maior risco", disse Daniel Wertz, do Comitê Nacional da Coréia do Norte, com sede nos EUA. "É uma peça muito usada por Pyongyang, mas ainda assim perigosa".
As relações entre os dois vizinhos estão estagnadas, apesar de três cúpulas realizadas em 2018 entre o líder norte-coreano, Kim Jong-Uun, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.A Coreia do Norte pôs fim à maioria de seus contatos com o sul depois da cúpula fracassada entre Kim e o presidente americano, Donald Trump, em 2019, em Hanói, que deixou em ponto morto as negociações sobre o programa nuclear norte-coreano.