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As duas violentas explosões num depósito onde estava armazenado nitrato de amônio causaram cerca de quatro mil feridos e destruíram ou danificaram vários edifícios da capital do Líbano. O país já enfrentava uma grave crise econômica e social.
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Várias horas depois das duas fortes explosões que abalaram Beirute, no Líbano, ainda se pode ver fumaça saindo da zona do porto. O balanço mais recente da Cruz Vermelha libanesa indica que as explosões provocaram a morte a mais de 100 pessoas e fizeram cerca de quatro mil feridos, números que podem aumentar, uma vez que as equipes da Cruz Vermelha local “continuam as operações de busca e salvamento nas áreas circundantes”.
O Líbano acordou em choque e perante um cenário bélico. As explosões destruíram armazéns e vários edifícios na zona do porto, mas também danificaram muitos prédios num raio de quilômetros.
A violência das explosões foi tal que os sensores do United States Geological Survey registraram como um terremoto de magnitude 3.3 na escala de Richter e chegaram mesmo a ser sentidas no Chipre.
Na manhã desta quarta-feira, o primeiro-ministro libanês, Hassan Diab, disse que o país vive uma “verdadeira catástrofe”. Reiterou a promessa que já tinha feito ontem de que vai punir os responsáveis pelas duas explosões e voltou a pedir a ajuda de todos os países e amigos do Líbano.
As duas violentas explosões – uma das quais com uma nuvem em forma de cogumelo, o que já levou a comparações com as explosões nucleares em Hiroshima e Nagasaki – tiveram origem num armazém onde eram guardadas cerca de 2.750 toneladas de nitrato de amônio. O nitrato de amônio é um fertilizante químico e componente de explosivos.
O nitrato de amônio estava há seis anos no armazém no porto de Beirute e não era alvo do controle e verificação que se exigia para um material tão perigoso, algo que foi revelado por Diab.
“É inadmissível que um carregamento de nitrato de amônio, estimado em 2.750 toneladas, estivesse há seis anos num armazém, sem medidas de precaução. É inaceitável e não podemos calar-nos sobre esta questão”, disse o primeiro-ministro libanês ainda durante a reunião do Conselho Superior da Defesa.
Donald Trump, provocando alvoroço, apontava noutra direção e sugeria que as explosões foram causadas por uma bomba. “Eu falei com os nossos generais e parece que não foi um acidente industrial. Parece, segundo eles, que foi um ataque, uma bomba", disse o presidente dos Estados Unidos em declarações aos jornalistas.