Apuração oficial confirma vitória avassaladora de Arce na eleição presidencial na Bolívia
Com 55,1 % dos votos, o aliado de Evo Morales conquistou a Presidência já no primeiro turno
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Mundo Esquerda
BELO HORIZONTE MG (FOLHAPRESS) - A apuração oficial do resultado das urnas na eleição do fim de semana na Bolívia terminou nesta sexta-feira (23), confirmando a vitória por ampla vantagem de Luis Arce, do MAS (Movimento ao Socialismo). Com 55,1 % dos votos, o aliado de Evo Morales conquistou a Presidência já no primeiro turno, derrotando o ex-presidente Carlos Mesa, de centro-esquerda, que obteve 28,8%.
Adversários políticos de Arce já haviam reconhecido sua vitória após a divulgação da pesquisa de boca de urna na madrugada de segunda-feira (19).
"Dissemos que respeitaríamos o resultado da eleição, para a vitória ou para a derrota. Não é possível deixar de reconhecer que houve um claro vencedor nas eleições deste domingo, que foi Luis Arce", disse Mesa na segunda.
O ex-presidente acrescentou que ele e o partido do qual faz parte, o Comunidade Cidadã, têm a esperança de conquistar bons resultados no pleito ao Parlamento.
Jeanine Añez, presidente interina da Bolívia que assumiu o cargo após Evo e seus aliados renunciarem no ano passado, também reconheceu a vitória do MAS. "Parabenizo os vencedores e peço que governem pensando na Bolívia e na democracia", disse
Há pouco mais de um mês, ela desistiu da corrida presidencial para evitar que a sigla do líder indígena acabasse ganhando.
Arce, 57, entrou na política em 2006, quando foi nomeado por Evo como ministro da Economia e Finanças. Antes disso, atuou por anos em cargos técnicos no Banco Central boliviano.
Filho de professores, estudou economia na Bolívia e fez um mestrado na Universidade de Warwick, no Reino Unido. Depois, passou a lecionar na Universidade Franz Tamayo, além de ter sido professor convidado na Universidade de Buenos Aires, na Argentina, e em Harvard e Columbia, nos EUA.
Durante a campanha, levantou a bandeira do boom econômico que a Bolívia viveu durante o governo Evo, quando o índice de pobreza caiu de 59,9% para 34,6%, de acordo com dados do Banco Mundial.
Como ministro, ele esteve à frente dos processos de nacionalização da exploração de petróleo e gás natural, os maiores responsáveis pelo crescimento do PIB boliviano -de US$ 11,45 bilhões (R$ 64,22 bi), em 2006, para US$ 40,89 bilhões (R$ 229,17 bi), em 2019.