Na cidade síria de Madaya, cercada por tropas do regime de Damasco, existem pessoas comendo folhas das árvores, disse hoje à Efe o ativista Nasir Ibrahim, no interior da aglomeração.

Em conversação mantida através da internet, Ibrahim afirmou que os mais afortunados conseguem comprar arroz, com dinheiro que os familiares no exterior lhes fazem chegar, nos postos de controle governamental nos arredores da cidade, cercada desde julho.

Segundo este ativista, o preço de um quilo de arroz pode atingir os 200 dólares (R$ 800) e o leite em pó tem estatuto de bem de luxo, pelo qual se paga 400 dólares (R$1.600).

Na cidade, os civis suportam o melhor que podem as baixas temperaturas invernosas, uma vez que não há combustível para alimentar os aquecedores, queimando a madeira que encontram. Por acaso, "há água, porque a cidade está coberta de neve", acrescentou o ativista.

Os medicamentos também são escassos em Madaya, onde apenas resta um hospital aberto "com muito poucos aparelhos e recursos", afirmou ainda. Ibrahim assegurou que já morreram 39 pessoas desde o início do cerco, "20 de fome e 19 enquanto tentavam fugir".

O governo sírio aprovou hoje a entrada de ajuda humanitária da Organização das Nações Unidas em Madaya, onde estão 42 mil pessoas cercadas, correndo risco de morrer de fome.