Explosões no aeroporto de Aden provocam pelo menos 16 mortos e 60 feridos
O avião atingido transportava o novo Governo do Iêmen
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Mundo Iêmen
Pelo menos 16 mortos e 60 feridos resultaram das explosões registradas hoje no aeroporto de Aden, quando um avião que transportava o novo Governo de unidade chegou à capital, informou o secretário de Estado da Saúde.
Pelo menos duas explosões foram sentidas no aeroporto quando o avião pousou na pista e os responsáveis do novo Governo começaram a sair, segundo relatou a agência francesa de notícias AFP, que tinha um correspondente no local.
Uma fonte da segurança do aeroporto já havia informado à AFP que havia vários feridos, mas nenhum entre os ministros presentes.
Imagens divulgadas pela estação de televisão saudita Al-Hadath mostram uma espessa nuvem de fumaça saindo de um edifício do aeroporto e destroços voando depois de se ouvirem sons de explosões e tiros que causaram pânico entre os presentes.
BREAKING - Explosão no Aeroporto Internacional de Aden após a chegada de membros do novo governo do Iêmen. pic.twitter.com/6U1Qs5Nxv1
— Tati cruz (@Taticru79846829) December 30, 2020
"Estamos bem", escreveu o novo ministro dos Negócios Estrangeiros, Ahmed ben Mubarak, numa mensagem divulgada na rede social Twitter.
A origem da explosão é ainda desconhecida, mas funcionários do aeroporto disseram à agência Associated Press que viram corpos caídos na pista e em outros lugares do aeroporto.
O ministro da Informação, Muammar al-Iryani, também publicou uma mensagem no Twitter, na qual acusou os rebeldes Huthis do "ataque terrorista".
O primeiro-ministro, Maeen Abdulmalik Saeed, também se referiu ao acontecimento como um "ato terrorista covarde", mas não acusou os Huthis diretamente.
"Isto só vai aumentar a nossa determinação em cumprir o nosso dever", escreveu.
Os Huthis, mas também os grupos 'jihadistas' Al-Qaeda e Estado Islâmico, realizaram, no passado, ataques contra o Governo do Iêmen e seus apoiantes.
Os ministros estavam regressando a Aden depois de terem tomado posse na semana passada como parte de uma remodelação após um acordo com os separatistas rivais do sul.
O Governo internacionalmente reconhecido do Iêmen exerceu, durante anos de guerra civil no país, num exílio autoimposto na capital saudita.
O Presidente do Iêmen, Abed Rabbo Mansour Hadi, também exilado na Arábia Saudita, anunciou uma remodelação do Governo no início deste mês.
O país, pobre e devastado pelos conflitos, formou novo Governo de unidade entre ministros pró-poder e separatistas em 18 de dezembro, sob a égide da Arábia Saudita.
Os dois lados, que disputavam o poder no sul, são, no entanto, aliados contra os rebeldes Huthi, apoiados pelo Irã, que tomaram grande parte do norte do país, incluindo a capital Sanaa.
Profundas divisões no campo anti-Huthi surgiram nos últimos anos entre apoiantes do Governo e separatistas do sul, que os acusam de corrupção e conivência com os islâmicos.
A Arábia Saudita intermediou um acordo para partilha do poder no sul e tem tentando, há mais de um ano, formar um novo Governo de unidade para manter a coligação unida contra os Huthis, que se têm aproximado de Marib, o último reduto do Governo do norte.
A guerra no Iêmen mergulhou o país, o mais pobre da Península Arábica, na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, com quase toda a população à beira da fome e ameaçada por epidemias.