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China pune mais de 40 funcionários por má gestão de surto da variante delta

Entre as autoridades governamentais punidas ou demitidas estão um vice-presidente da câmara, chefes de distrito e de comissões de saúde locais e funcionários da administração dos hospitais, aeroportos e departamentos de turismo

China pune mais de 40 funcionários por má gestão de surto da variante delta
Notícias ao Minuto Brasil

12:00 - 10/08/21 por Folhapress

Mundo CHINA-CORONAVÍRUS

SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O Governo chinês puniu pelo menos 47 funcionários locais por alegadas falhas em controlar a disseminação da variante delta do coronavírus no país.

Entre as autoridades governamentais punidas ou demitidas estão um vice-presidente da câmara, chefes de distrito e de comissões de saúde locais e funcionários da administração dos hospitais, aeroportos e departamentos de turismo.

O último surto, que já se espalhou para mais da metade das 31 províncias da China, começou há cerca de três semanas, no aeroporto da cidade de Nanjing, no leste do país. A variante delta, altamente contagiosa, infectou os trabalhadores do aeroporto e, desde então, alastrou-se para as diferentes províncias chinesas.

Nas últimas 24 horas, a China anunciou ter identificado mais de 90 casos por contágio local da variante delta, quase todos detectados nas províncias de Henan e Jiangsu. Desde 20 de julho, mais de mil pessoas já apresentaram infecções sintomáticas por essa cepa.

Desde que surgiram os primeiros casos de transmissão local, as autoridades do país impuseram novas medidas de controle da pandemia, como restrições nas viagens internas, testagem em massa, confinamento de bairros e o isolamento de toda a cidade de Zhangjiajie, por exemplo, com uma população de 1,5 milhão de pessoas.

Contudo, segundo apuração da CNN, dezenas de funcionários e profissionais de saúde das quatro províncias mais atingidas pela epidemia foram punidos pela "resposta lenta" e "gestão ineficaz", diante dos novos surtos de covid-19 na China.

De acordo com as autoridades chinesas, esses funcionários não aplicaram correta ou eficazmente as medidas apertadas de combate à pandemia e, por isso, irão enfrentar ações disciplinares.

Em Nanjing, capital da província de Jiangsu, 15 profissionais foram responsabilizados por permitir que as infeções se propagassem no Aeroporto Internacional da cidade, conforme um comunicado da CCDI (Comissão Central de Inspeção Disciplinar do Partido Comunista).

Três funcionários do aeroporto de Nanjing Lukou estão sendo investigados pelas autoridades disciplinares da província e dois deles foram já detidos. Outros, incluindo o vice-prefeito de Nanjing, foram punidos com uma suspensão e "severas advertências".

As autoridades da China acreditam que a transmissão com a variante delta tenha ocorrido após um voo que chegou da Rússia, em 10 de julho. Na ocasião, nove funcionários do aeroporto teriam testado positivo para a doença.

Em Zhangjiajie, uma cidade no nordeste da província de Hunan, e que já está em confinamento desde o mês passado, 18 autoridades locais foram punidas também pela falta de resposta para lidar com o novo surto, de acordo com outro comunicado da CCDI.

Já Yangzhou, cidade central da província de Jiangsu, tornou-se um dos centros de preocupação com mais casos de covid-19. Até hoje, foram detectados 394 infeções sintomáticas, incluindo 26 "casos graves" e seis pacientes em estado crítico.

No domingo, a comissão disciplinar de Yangzhou advertiu seis funcionários e criticou outros dois por má manipulação de um centro de testagem, que teria possibilitado a disseminação do vírus entre as pessoas que iam ser testadas.

A estratégia de "Covid zero" adotada pela China colocou os governos locais do país sob enorme pressão para manter a disseminação do vírus controlada em todas as províncias, e várias autoridades locais já foram punidas durante surtos regionais anteriores.

Apesar das medidas de controle, nas últimas três semanas, a China tem enfrentado o maior surto de covid-19 desde que o vírus surgiu pela primeira vez na cidade de Wuhan, no centro do país, no final de 2019.

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