Cura pela fé: fato comprovado ou ficção?

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Cura pela fé: fato comprovado ou ficção? -

A cura pela fé é uma prática antiga e mundial. Definido como "um método de tratamento de doenças pela oração e exercício da fé em Deus", os primeiros atos registrados de cura pela fé são aqueles descritos no Antigo e Novo Testamento como milagres de Deus e de Jesus Cristo. Desde então, houve inúmeras alegações de que só a fé pode curar um catálogo de doenças, desde câncer e distúrbios de desenvolvimento até cegueira e artrite. Mas recorrer ao poder divino pode realmente curar deficiências mentais ou físicas?

Clique aqui e saiba mais sobre a polêmica história da cura pela fé.

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O que é cura pela fé? -

A cura pela fé é um método de tratamento de doenças através do exercício da fé e não de métodos médicos.

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Definição de cura pela fé -

Em outras palavras, quando alguém fica doente (talvez com infecção ou sofrendo outra doença grave) e precisa de atenção médica profissional, essa pessoa também busca as propriedades curativas da religião. Isso se chama cura pela fé.

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Qual é a ideia? -

A ideia básica por trás da noção de cura pela fé é que o poder sobrenatural de um ser divino pode curar problemas de saúde, tanto quanto a ciência médica (ou até melhor).

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Alcance global -

A cura da fé tem milhares de anos e tem raízes culturais profundas em todo o mundo.

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Cristianismo e cura pela fé -

No Cristianismo, a cura da fé é exemplificada especialmente nas curas milagrosas feitas por Jesus e por seus apóstolos. Exemplos incluem a cura de dois homens cegos (foto) — Mateus 9:27-31.

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Milagres registrados nos Evangelhos -

Outro exemplo de milagre realizado por Jesus é a cura de um homem surdo — Marcos 7:31-37.

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Santos mártires -

No século IV, um fascínio por santos mártires levou a uma obsessão cultural por relíquias na Europa. Santos e suas relíquias eram conhecidos por suas curas milagrosas e esses itens sagrados poderiam ser qualquer coisa, desde fragmentos de madeira que achavam serem da cruz original aos ossos que acreditavam terem sido tirados das sepulturas do santo morto.

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Relíquias religiosas -

Na Idade Média, acreditava-se que os santos e suas relíquias eram capazes de realizar milagres. No entanto, ainda havia alguns sacerdotes medievais que desprezavam a maioria dos tratamentos, descrevendo-os como atos mágicos e sacrilégios. Eles pregavam aos seus rebanhos que as artes mágicas e encantamentos não poderiam trazer qualquer remédio para quaisquer doenças humanas. Em vez disso, eles endossavam exorcismos e amuletos como sendo sagrados.

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Jean Calvin (1509–1564) -

No século XVI, a zombaria com o clero e a condenação do culto aos santos floresceu. Grande parte da sociedade europeia desafiou a validade dos milagres curativos promovidos pela Igreja Católica. Entre os que lideravam as acusações estava o teólogo francês Jean Calvin, que condenava as apelações feitas aos santos por milagres curativos. para ele eram pedidos equivocados e pecaminosos.

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Obra missionária -

Como o Cristianismo ocidental expandiu-se exponencialmente ao longo do século XIX, os atos em torno dos ensinamentos de Jesus Cristo também cresceram. Ideias sobre as implicações sociais do poder curativo contidas na salvação do pecado e na vida eterna de Cristo foram promovidas com entusiasmo pelos missionários. Na verdade, a mensagem era mais sobre a cura do Cristianismo de males sociais do que a cura milagrosa da doença física.

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Avanços médicos -

O século XIX testemunhou avanços extraordinários na medicina. Avanços científicos na assepsia (conjunto de meios para impedir a entrada de germes patogênicos no organismo e prevenir infecções), anestesia e doenças infecciosas aumentaram a eficácia da medicina ocidental. Como resultado, as práticas tradicionais de cura pela fé foram consideradas redundantes e, em vez disso, as missões médicas tornaram-se cada vez mais úteis como um meio de demonstrar os benefícios positivos do Cristianismo e para simular a compaixão de Jesus e seu ministério de cura.

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Ênfase diferente -

Hoje, a ideia de que milagres instantâneos curam doenças físicas e condições tem pouca influência na Igreja Católica moderna. Em vez disso, enfatiza-se a ideia de melhorar lentamente a vida dos crentes restaurando as relações familiares ou promovendo uma fé mais forte em Deus.

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Imposição das mãos -

Dito isto, rituais simbólicos enraizados na prática da cura da fé tradicional ainda existem. A igreja primitiva sancionou a cura da fé através de práticas como a unção e a imposição de mãos, um rito ainda realizado hoje.

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Colocação da mãos -

Também conhecido como a colocação das mãos, o rito de impor as mãos na cabeça de outro é um dos mais frequentes tanto no Antigo quanto no Novo Testamento e na liturgia Cristã, embora em circunstâncias muito diferentes e com diferentes significados. A imposição das mãos foi praticada pela primeira vez no judaísmo e foi adotada pelo Cristianismo. A ideia parece ser a de transmissão de alguma potência ou qualidade, na maioria dos casos beneficente e, principalmente, como meio de conferir uma bênção.

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Cura espiritual -

Nesta fase vale a pena apontar a diferença entre cura pela fé e cura espiritual. Os defensores da cura espiritual não tentam buscar a intervenção divina. Eles acreditam na energia divina. Essa prática é comumente referida como medicina alternativa.

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O poder da oração -

Em 2016, a CNN reportou um estudo que revelou que cerca de nove em cada 10 americanos confiaram na oração de cura em algum momento de suas vidas. Além disso, as descobertas do estudo sugeriram que a oração pode ser uma das formas mais utilizadas no tratamento médico.

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Vendo a luz -

Antes disso, em 2009, a revista U.S. Catholic publicou uma história sobre um morador de Indiana que tinha problemas com sua visão desde a infância. A possibilidade e os riscos de um transplante de córnea eram muito reais. Incapaz de suportar o pensamento de uma operação, o homem orou a Deus para melhorar sua visão. De acordo com o relatório, quando ele acordou na manhã seguinte seu olho estava melhor. Não havia explicação médica sobre o motivo do olho ter sarado.

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Espiritual e paranormal -

A cura pela fé pode ser classificada como um tema espiritual, sobrenatural ou paranormal. Mas como se faz a cura apenas pela fé?

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Tipos de cura pela fé -

Existem vários tipos diferentes de cura pela fé. A oração intercessória, por exemplo, envolve as orações do paciente, as dos amigos e familiares do paciente ou as de completos estranhos, combinadas para afetar positivamente o resultado de uma doença ou lesão.

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Oração intercessória -

A oração intercessória parece inspirar um milagre, por exemplo, quando um paciente com uma lesão espinhal recupera a capacidade de andar. Os céticos observam, no entanto, que a maioria dos "milagres de voltar a andar" são resultado de reabilitação intensiva ou tratamento revolucionário. Os crentes defendem que uma coisa não impede a outra.

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Pregando a fé -

A cura pela fé também se manifesta em forma de pregadores carismáticos que afirmam possuir o poder divino de curar doenças e curar lesões. A história registrou muitos desses indivíduos, incluindo o evangelista John Alexander Dowie (1847-1907), que criou ministérios de cura em São Francisco e Chicago (EUA) nos anos 1890 e início dos anos 1900 e que se oferecia para orar pela cura de qualquer um disposto a fazer uma doação à sua causa. Na foto está Dowie em 1903, pregando aos fiéis no Madison Square Garden, em Nova York.

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Aimee Semple McPherson (1890–1944) -

De acordo com relatos de testemunhas, a evangelista canadense Aimee Semple McPherson foi responsável por dar a um homem um novo braço através do poder da oração.

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Templo Angelus -

No início da década de 1920, Lora Barrett estava participando de um culto religioso conduzido por McPherson no Templo Angelus em Los Angeles. Um jovem que perdeu o braço esquerdo pediu a McPherson para rezar por ele. Ela fez isso e em poucos minutos um "cotovelo novinho [...] cresceu todo o caminho até as unhas."

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Grigori Rasputin (1869–1916) -

Um dos mais notórios "curandeiros da fé" era Rasputin. O místico russo e auto-proclamado homem santo foi incumbido de encontrar a cura para a hemofilia sofrida por Alexei, o jovem filho do czar Nicolau II e de sua esposa, Alexandra. Mas ao invés de agir como um curandeiro para o filho doente do casal imperial, a reputação escandalosa e sinistra de Rasputin ajudou a desacreditar o governo czarista, o que precipitou a eventual derrubada da dinastia Romanov.

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Nascentes naturais -

A fé pode residir em um lugar em particular, que, então, se torna o foco das peregrinações para os sofredores. No Antigo Egito e na Grécia, por exemplo, os templos erguidos para Asclépio, o deus grego da medicina, eram muitas vezes perto de nascentes naturais, sendo o poder curativo da água uma crença de longa data e generalizada.

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Lourdes, França -

Em Lourdes, na França, um dos locais mais importantes de peregrinação do mundo, os devotos vão tomar banho na água que jorra da nascente natural. Numerosas supostas curas milagrosas foram documentadas lá, desde a cura de distúrbios nervosos e cânceres até casos de paralisia e mesmo cegueira.

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Fátima, Portugal -

O Santuário de Fátima, em Portugal, atrai milhões de peregrinos todos os anos, muitos chegam segurando membros de cera correspondentes à sua própria parte corporal dolorosa ou doente. A oferta de cera é feita na esperança de que um remédio divino esteja próximo.

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Cura pela fé moderna -

De acordo com a empresa de pesquisa visionária de cura Barna, a maioria dos americanos (66%) acredita que Deus pode curar, sobrenaturalmente, a parte física das pessoas. E há até formas de Cristianismo cujas doutrinas abraçam os milagres modernos como parte cotidiana da vida de um crente.

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Renovação carismática no Cristianismo -

Por exemplo, o Cristianismo Carismático é uma forma de Cristianismo que enfatiza o trabalho do Espírito Santo, dons espirituais e milagres modernos como um dado. A pandemia COVID-19 viu alguns cristãos carismáticos se voltarem para a oração para combater o coronavírus. Mas como se curar nesta era de distanciamento social? De acordo com o The Washington Post, adoradores preocupados que testaram positivo para o vírus tinham, no auge da pandemia, uma linha direta de cura a sua disposição, na qual recebiam orações por sua cura.

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Pseudociência ou possibilidade sem apoio médico? -

Praticamente todos os cientistas e filósofos consideram a cura pela fé como pseudociência. No entanto, nem todos buscam a cura pela fé apenas por razões profundamente religiosas e culturais. As pessoas que estão gravemente doentes eventualmente ficam sem opções médicas e, em desespero, se voltam para possibilidades não médicas e isso, muitas vezes, faz bem a elas.

Fontes: (Encyclopedia) (Britannica) (Social History of Medicine) (Bulletin of the History of Medicine) (CNN) (U.S. Catholic) (SpinalCord.com) (Healing and Revival) (Foursquare) (The Washington Post) (Barna Group)