Escândalo no Reino Unido: maternidade investigada pela morte de 201 bebês
Relatório conclui que mortes "podiam ser evitadas"
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Mundo Relatório
A publicação de um relatório que investigou falhas na maternidade do grupo hospitalar NHS de Shrewsbury e Telford, em Shrewsbury, Reino Unido, revelou que, pelo menos, 201 bebês e nove mães morreram como consequência de falta de cuidados ou atendimento.
Iniciado em 2018, após uma investigação por parte de duas famílias que perderam os respectivos bebês, o inquérito incidiu sobre quase 1.600 incidentes entre 2000 e 2019. Segundo a investigação liderada pela parteira Donna Ockenden, além destas 201 mortes em bebês poderem ter sido evitadas, há ainda relatos de mães que foram culpadas pela morte dos filhos.
Se os cuidados tivessem sido melhores, estas duas centenas de bebês poderiam ter sobrevivido, de acordo com as conclusões da investigação.
Dos 201 óbitos, 131 bebês nasceram mortos e 70 morreram logo após o parto. O relatório final, publicado hoje, criticou o hospital por não investigar os incidentes e culpar as mães.
Jeremy Hunt, secretário de saúde, já se pronunciou sobre o caso - que resultou na abertura de um inquérito - indicando 'esperar' que este relatório seja "um alerta".
"Mesmo neste inquérito, médicos e enfermeiras parteiras em Shrewsbury e Telford disseram que foram silenciados, que lhes foi dito que haveria consequências profissionais se cooperassem com o inquérito", revelou o secretário de saúde.
O ministro da Saúde, Sajid Javid, disse que os casos descritos são "dolorosos e profundamente perturbadores" e referiu um caso em que os dados clínicos de uma paciente foram escritos em papéis 'post it' que acabaram por ser colocados no lixo por empregados da limpeza, resultando em "consequências trágicas".
A investigação mostrou que "falhas no atendimento foram repetidas de um incidente para o outro" e os bebês foram prejudicados devido ao acompanhamento "ineficaz do crescimento fetal e uma cultura de relutância em realizar cesarianas", descreve o The Independent.
De acordo com a BBC, as dimensão das falhas descobertas é sem precedentes na história dos cuidados de maternidade do Serviço de Saúde britânico.