Ataques em usina da Ucrânia podem ter 'consequências catastróficas', diz Zelenski
presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, chamou as recentes ações do Kremlin de "terror deliberado"
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Mundo Guerra
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Autoridades da Rússia disseram nesta quinta-feira (18) que avaliam desativar a usina nuclear de Zaporíjia, a maior da Europa, após bombardeios ameaçarem a segurança da instalação. O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, chamou as recentes ações do Kremlin de "terror deliberado", e disse que os ataques à planta podem resultar em "consequências catastróficas".
O secretário-geral da ONU, António Guterres, voltou a pediu a desmilitarização das imediações da usina, o que o Ministério de Relações Exteriores da Rússia chamou de "inaceitável". Moscou também ameaçou interromper a geração de energia em Zaporíjia -nas últimas semanas, o local foi palco de repetidos bombardeios, e os países em guerra vêm trocando acusações sobre a autoria dos ataques.
Zelenski conversou com Guterres nesta quinta-feira, em visita os russos descreveram como uma provocação.
Do lado da Ucrânia, funcionários do governo alegam que a Rússia poderia ter deixado a usina quando dominou da região em março. A empresa responsável por Zaporíjia informou que o desligamento da planta aumenta o risco de um desastre radioativo. A operação de alta complexidade envolveria a supressão de reações nucleares em cadeia que poderiam levar ao derretimento de reatores em decorrência do aumento da temperatura.
Igor Kirillov, chefe de um departamento técnico da Rússia, disse que os sistemas auxiliares do complexo foram danificados pelos bombardeios. Kirillov fez uma apresentação informando que, em um eventual acidente nuclear, o material radioativo poderia cobrir a Alemanha, Eslováquia e Polônia, em situação semelhante ao que ocorreu nas tragédias de Tchérnobil, em 1986, e em Fukushima, no Japão, em 2011.
Os serviços de inteligência militar da Ucrânia afirmam que a Rússia prepara uma "grande provocação" no local para esta sexta (19), pois determinou que todo o pessoal civil que trabalha na usina, com exceção do mínimo necessário para que ela funcione, fique em casa por um dia. Os russos ocupam o lugar, mas os trabalhadores são da estatal ucraniana de energia nuclear. (Igor Gielow