Boric diz que moeda comum de Haddad é 'interessante', mas exige longo debate
O presidente chileno afirma, no entanto, que "os processos são de longo prazo"
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Economia Moeda
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O presidente do Chile, Gabriel Boric, diz achar "interessante" a proposta do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, de criação de uma moeda comum que fortaleça o vínculo comercial entre os países da região.
"Temos que pensar fora da caixa", disse Boric à reportagem, revelando que foi perguntado sobre o mesmo assunto quando visitou a Colômbia.
O presidente chileno afirma, no entanto, que "os processos são de longo prazo".
"Pensemos na experiência europeia. A Comunidade Europeia do Carvão e do Aço [a primeira entidade supranacional formada por vários países europeus] foi fundada nos anos 1950. E acabou na União Europeia, que só conseguiu uma moeda comum quase 50 anos depois", afirma ele.
No ano passado, Haddad e o economista Gabriel Galípolo, que hoje é secretário-executivo do Ministério da Fazenda, defenderam em um artigo no jornal Folha de S.Paulo a criação de uma moeda sul-americana para impulsionar o comércio e a integração entre os países. A ideia é afastar o protagonismo do dólar nas relações econômicas na região.
Ela não seria, no entanto, uma moeda única -como é hoje o euro, na Europa. Cada país da América do Sul seguiria tendo a sua própria moeda.
Haddad já falou sobre a criação de uma moeda comum com o ministro da Economia da Argentina, Sergio Massa, que recebeu em sua casa, em São Paulo, e também com o embaixador Argentino no Brasil, Daniel Scioli.
Depois de conversar com Haddad, o embaixador afirmou que objetivo é fortalecer o bloco comercial e ampliar o vínculo entre os países da região.
Ele também sinalizou que está descartada a criação de uma moeda única, como o euro, moeda oficial dos países-membros da União Europeia.