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China diz que balões dos EUA invadiram seu território mais de 10 vezes desde 2022

A fala se dá em um momento de acirramento das tensões entre Washington e Pequim

China diz que balões dos EUA invadiram seu território mais de 10 vezes desde 2022
Notícias ao Minuto Brasil

09:48 - 13/02/23 por Folhapress

Mundo CHINA-EUA

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Balões dos Estados Unidos sobrevoaram o território da China "mais de dez vezes" desde janeiro de 2022, afirmou a porta-voz da chancelaria do país asiático, Wang Wenbin, nesta segunda-feira (13).

"Desde o ano passado, balões de alta atitude dos EUA operaram mais de dez voos ilegais no espaço aéreo chinês sem a aprovação das respectivas autoridades", disse ela em resposta ao questionamento de um jornalista em um encontro com a imprensa. Wang pediu que repórteres procurassem o governo americano para mais esclarecimentos; este não se pronunciou sobre a declaração até agora.

A fala se dá em um momento de acirramento das tensões entre Washington e Pequim, depois que um balão pertencente país asiático foi detectado sobrevoando Billings, em Montana, região do território americano que abriga uma base militar com silos de mísseis balísticos intercontinentais, no início do mês.

Os EUA sustentam que o balão foi enviado pela China para espionagem. Esta, por sua vez, diz que se tratava de um instrumento de monitoramento para fins meteorológicos.

Desde o incidente, outros objetos voadores não identificados foram observados sobre a América do Sul, o Canadá, os Estados Unidos –e a própria China, que afirmou ter detectado um artefato do tipo perto de Qingdao, no norte do país, no domingo.

Na mesma data, o Pentágono abateu o terceiro artefato do tipo em três dias, sobrevoando o Lago Huron, na fronteira com o Canadá. O item, que havia sido detectado pela primeira vez no estado de Montana, no dia anterior, e passou por locais militares, tinha uma estrutura octogonal que uma autoridade americana.

Na sexta (10), um segundo objeto de alta altitude que sobrevoava o território americano já havia sido derrubado. O item, que passava pelo estado do Alasca, segundo Washington, foi detectado na quinta e voava a 12 km de altitude, trazendo riscos à aviação civil. No sábado, um outro artefato foi abatido, dessa vez em um esforço conjunto. EUA e Canadá derrubaram o objeto que sobrevoava Yukon, no norte do país.

Um porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca afirmou que os objetos não se parecem com o balão chinês derrubado no início do mês e se recusou a caracterizá-los até que os destroços sejam recuperados.

Os casos recentes contribuíram para deteriorar as relações sino-americanas e para o adiamento de uma visita do responsável pela diplomacia americana, o secretário Antony Blinken, à China. Pesa também a expansão da presença militar dos Estados Unidos no Sudeste Asiático, que acontece de forma paralela às ameaças da China contra Taiwan, ilha que Pequim considera uma província rebelde.

Na semana passada, o regime chinês classificou de "totalmente irresponsáveis" as falas de Biden sobre o líder do Partido Comunista, Xi Jinping. "Você consegue pensar em algum outro líder mundial que trocaria de lugar com Xi Jinping? Não é uma brincadeira. Não consigo pensar em nenhum", disse o presidente americano em entrevista ao programa PBS NewsHour. "Esse homem tem problemas enormes. Também tem muito potencial, mas, até agora, sua economia não está funcionando muito bem."

No mesmo dia, a China disse ter recusado um telefonema do secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin. Ele queria falar com seu homólogo chinês, Wei Fenghe, após o primeiro balão ser derrubado. Pequim justificou a decisão dizendo que a medida foi irresponsável e não criou um clima "propício ao diálogo".

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