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Traficante fez festa em apoio a Petro durante campanha na Colômbia, afirma TV

Gustavo Petro vê-se novamente implicado em uma acusação de que sua campanha recebeu apoio de narcotraficantes condenados

Traficante fez festa em apoio a Petro durante campanha na Colômbia, afirma TV
Notícias ao Minuto Brasil

08:00 - 17/08/23 por Folhapress

Mundo Colômbia

BOA VISTA, RR (FOLHAPRESS) - Em meio a escândalos, derrotas políticas e um país dividido quanto à imagem do governo, o presidente da Colômbia, Gustavo Petro, vê-se novamente implicado em uma acusação de que sua campanha recebeu apoio de narcotraficantes condenados.

Em maio de 2022, um dia antes do primeiro turno das eleições que terminaram com Petro eleito como o primeiro líder de esquerda do país, um evento a favor do então candidato com material de campanha e atrações musicais foi organizado em uma casa na cidade de Yopal, no departamento de Casanare. No mês seguinte, a polícia prendeu na mesma casa Juan Carlos López Macías, condenado depois a quase 15 anos de prisão por liderar quadrilha exportadora de cocaína.

A festa foi transmitida pelas redes sociais, segundo o site Noticias Caracol, que identificou López Macías, conhecido por Sobrinho, como um traficante extraditado aos Estados Unidos em 2013, onde cumpriu pena até 2015. Em audiência em abril de 2023 que o sentenciou após a prisão em Yopal, a Procuradoria afirmou que López Macías era "responsável por articular com organizações criminais de tráfico internacional de entorpecentes o envio de grandes carregamentos de cloridrato de cocaína".

Ainda segundo o Noticias Caracol, a esposa do narcotraficante, Sandra Navarro Trujillo, seria integrante do Colômbia Humana, partido de Gustavo Petro, e responsável por organizar eventos da legenda na região. Ela foi detida na mesma operação que prendeu o marido, mas foi liberada em seguida.

A investigação do Noticias Caracol também teve acesso a áudios em que um homem chamado Fabio Vargas, que seria encarregado do partido de Petro em Yopal, defende a inocência do traficante e afirma que a esposa e a cunhada dele fizeram "um aporte" e participaram da campanha do esquerdista.

Ao site Blu Radio, após a reportagem inicial, Sandra Navarro disse que ela e o marido apoiaram o então candidato Gustavo Petro como cidadãos comuns e que a festa era parte desse apoio. "Não demos nenhum centavo para a campanha."

Em seu perfil na rede social X, antigo Twitter, no domingo (13), o presidente colombiano chamou a reportagem do Noticias Caracol de "completamente falsa".

"Não pensei que chegariam a tanta baixeza. De imediato exijo que retifiquem essa informação falsa. Nunca fiz eventos em Yopal, nunca foram recebidos aportes de ninguém de Casanare. As pessoas que mencionam não são dirigentes do Colômbia Humana nem do Pacto [Histórico, coalizão do governo]. A encarregada da campanha em Casanare se chama Sonia Bernal, não Sonia Navarro", escreveu.

A acusação se soma a outra de que a campanha de Petro recebeu dinheiro de traficantes, feita pelo filho do presidente, Nicolás, 37, em acordo de colaboração divulgado no último dia 3, após ele ser preso por lavagem de dinheiro e enriquecimento ilícito. Ao receber liberdade condicional, o primogênito de Petro disse que o pai não sabia que a campanha à Presidência fora financiada com dinheiro do narcotráfico.

Com um ano de governo completados no último dia 7, o líder esquerdista vê seu governo embrenhado em acusações e sua avaliação dividida: 48% da população tem uma imagem positiva de Petro; 45,7%, uma imagem negativa, segundo levantamento feito no fim de julho.

No Legislativo, a coalizão perdeu a liderança do Senado no dia 20 de julho, quando Iván Name, apoiado pela oposição, venceu a eleição para a Presidência da Casa, o que deve dificultar o caminho do presidente para colocar em marcha ambiciosas reformas no sistema público de saúde, na rede prisional e na aposentadoria.

Petro teve avanços recentes nas negociações de pacificação das guerrilhas restantes no país, uma de suas promessas de campanhas. Após um compromisso de cessar-fogo de seis meses firmado no início de junho, o diálogo voltou a caminhar meses antes, em janeiro, a ELN (Exército de Libertação Nacional) havia desmentido um acordo propagandeado pelo governo.

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