Mauro Vieira critica falta de acordo na ONU sobre guerra
Vieira criticou a falta de uma resolução liderada pelo Conselho de Segurança da ONU e disse que há uma "paralisia na organização"
© Reuters / Faisal Nasser
Mundo Nações Unidas
SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) - O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse ser "lamentável" e "moralmente inaceitável" a falta de um acordo para a guerra entre Israel e Hamas mediado pela ONU.
Vieira criticou a falta de uma resolução liderada pelo Conselho de Segurança da ONU e disse que há uma "paralisia na organização".
O ministro ressaltou que, enquanto esteve a frente do Conselho, o Brasil mobilizou "todos os esforços" em direção a "uma solução para a alarmante situação humanitária na região".
"Em outubro, ocupamos a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, que coincidiu com os trágicos desenvolvimentos em Israel e na Faixa de Gaza. Mobilizamos todos os nossos esforços para reverter a paralisia do principal órgão do sistema multilateral em favor de uma solução para a alarmante situação humanitária na região", disse, durante fórum realizado pelo governo federal com investidores, no Palácio do Itamaraty.
O Brasil esteve à frente do Conselho de Segurança da ONU durante o mês de outubro. Agora, a China ocupa o posto.
Até o momento, o Conselho de Segurança da ONU não chegou a um consenso sobre como lidar com a guerra na Faixa de Gaza. Em duas votações, os membros do órgão não chegaram a um acordo.
"É lamentável, além de moralmente inaceitável, que uma vez mais o Conselho de Segurança não tenha conseguido estar à altura do seu nobre mandato", disse o Ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse nesta segunda-feira (6) que a Faixa de Gaza está se tornando um "cemitério de crianças". Ele também ressaltou que a proteção aos civis é "fundamental".
"Precisamos agir agora e encontrar uma porta de saída para este beco de destruição brutal, horrível e agonizante", afirmou, pedindo novamente por um cessar-fogo humanitário imediato.
"Gaza está se tornando um cemitério de crianças. Centenas de meninas e meninos estão sendo mortos ou feridos todos os dias, de acordo com relatos", afirmou António Guterres.
BRASILEIROS SEGUEM FORA DE LISTA DE AUTORIZADOS A SAIR DE GAZA
Os 34 brasileiros e seus familiares que aguardam evacuação na Faixa de Gaza não estão na lista de pessoas autorizadas a deixar a região por meio da passagem de Rafah, na fronteira com o Egito, nesta terça-feira (7). Esta foi a quinta lista de autorizados a sair da região.
O grupo de brasileiros segue aguardando no sul de Gaza, enquanto um avião da Presidência da República já está de prontidão em território egípcio para fazer a repatriação. A passagem entre Gaza e Egito foi reaberta nesta segunda (6).
Os 605 autorizados para deixar Gaza hoje são de 8 países: 159 pessoas da Alemanha, 80 do Canadá, 61 da França, 46 das Filipinas, 51 da Moldávia, duas do Reino Unido, 104 da Romênia e 102 da Ucrânia.
Até o momento, cerca de 2.831 pessoas foram autorizadas a sair da Faixa de Gaza em meio à guerra entre Israel e o Hamas em cinco listas.
'Situação absurda', diz Celso Amorim. Nesta segunda, o assessor do presidente Lula para assuntos internacionais classificou como "absurda" a demora para a autorização de saída dos mais de 30 brasileiros que aguardam para deixar a Faixa de Gaza.
O diplomata disse, em entrevista ao jornal O Globo, que "não houve uma explicação" para a não inclusão de brasileiros na lista de pessoas liberadas para deixar a região. Amorim afirmou que o governo brasileiro reforçou os contatos com autoridades de vários países em busca de uma solução.
"Não houve uma explicação para a não inclusão de brasileiros. Simplesmente foram dando prioridade a outros países", destacou Celso Amorim.
"Vamos esperar que haja uma decisão rápida [sobre os brasileiros]. Estamos há mais de 15 dias pedindo a liberação. Não há razão para qualquer suspeita. Se houvesse algum problema com algum dos nacionais, poderiam ter falado logo. É uma situação absurda, em que há 15 crianças em um grupo de 32 pessoas", disse Celso Amorim.