Paraguai prende suspeito de ser um dos maiores traficantes de armas ao PCC
O paranaense Ricardo Luis Picolotto, conhecido como R7, era um dos dois principais alvos de uma grande operação levada a cabo pelas forças de segurança paraguaias
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Justiça Armas
BUENOS AIRES, ARGENTINA (FOLHAPRESS) - Um brasileiro apontado como um dos grandes traficantes de armas para a facção criminosa PCC (Primeiro Comando da Capital) foi preso nesta terça (19) no Paraguai. Ele aparece em um vídeo detido em uma casa em Salto del Guairá, cidade na fronteira com os estados do Paraná e Rio Grande do Sul.
O paranaense Ricardo Luis Picolotto, conhecido como R7, era um dos dois principais alvos de uma grande operação levada a cabo pelas forças de segurança paraguaias, junto ao Ministério Público do país e com apoio da Polícia Federal do Brasil. Em outra incursão, outros nove foram mortos e mais oito foram presos (incluindo ao menos dois brasileiros).
O segundo suspeito principal, Santiago Acosta Riveros, conhecido Macho, escapou e está foragido. Segundo as autoridades, os dois lideram uma quadrilha de tráfico de armas e drogas que atua no departamento fronteiriço de Canindeyú e seria responsável por diversos homicídios na região, inspirada em cartéis mexicanos.
"Picolotto é um brasileiro que tem muitos antecedentes criminais e também formava parte dessa estrutura. Hoje podemos dizer que a logística desse grupo era Macho, e a cabeça era Picolotto. Segundo as referências e seus antecedentes, ele faz parte do PCC", afirmou em entrevista coletiva Jalil Rachid, chefe da Senad (Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia).
Picolotto também é investigado por fornecer armas e drogas a criminosos do Rio de Janeiro. No início de 2021, ele conseguiu fugir de uma operação na capital Assunção integrada pela Polícia Civil fluminense, que o aponta como um dos principais traficantes da América do Sul. Na ocasião, foi preso o seu braço direito, conhecido como Turco.
"Seu grupo operava grandes esquemas de tráfico internacional que tinham como destino o Brasil. Pelo modal aéreo, recebiam cocaína da Bolívia. Posteriormente remetiam ao Brasil. Pela via terrestre, dedicavam-se ao envio de armas e maconha", afirmou a Polícia Federal brasileira em nota nesta terça.
"A organização criminosa desarticulada também se caracterizava por ações de extrema violência contra facções rivais e contra policiais e militares das Forças Armadas, tanto brasileiras quanto paraguaias", agregou a PF.
Segundo a corporação, o paraguaio foragido, Riveros, está na lista de alerta global da Interpol pelo homicídio de um militar do Exército do Brasil em 2020. Ele teria resistido a uma abordagem numa embarcação do grupo, que navegava pelo rio Paraná carregada com mais de meia tonelada de maconha.
No Paraguai, ele ainda é acusado pelo assassinato de um policial e por promover diversos ataques a tiros a delegacias, além de operações de resgate de presos.
Seu irmão, Eusebio Acosta Riveros, foi um dos presos na operação "Ignis" desta terça, segundo o porta-voz do Ministério Público paraguaio, Gunter Krone. Ele estava em um sítio junto a vários outros suspeitos no município de Canindeyú, a 200 km do local onde o brasileiro foi preso.
Segundo a versão divulgada pela Senad, o grupo teria reagido à chegada dos agentes, que ocorreu por ar e por terra, sendo nove mortos no confronto. Uma grande quantidade de fuzis, munições e uma metralhadora antiaérea .50 foram apreendidos na ação, que incluiu a destruição de pistas clandestinas de pouso utilizadas para envio de cocaína e armas ao Brasil.