8 de cada 10 refugiados no Brasil em 2023 são venezuelanos
Nos 11 primeiros meses do ano, o Brasil aprovou pedidos de refúgio de 117.188 estrangeiros
© REUTERS / Carlos Eduardo Ramirez (Foto de arquivo)
Brasil Refugiados
BRASÍLIA, DF (UOL/FOLHAPRESS) - Os venezuelanos foram maioria absoluta dos refugiados aceitos no Brasil em 2023. Até novembro, 82% dos processos aprovados vieram da Venezuela.
Nos 11 primeiros meses do ano, o Brasil aprovou pedidos de refúgio de 117.188 estrangeiros, dos quais 82% são venezuelanos, de acordo com o Conare (Comitê Nacional para os Refugiados). Na sequência estão Haiti e Cuba, no Caribe.
Os venezuelanos também são maioria dos pedidos ainda em processamento. Dos quase 5.000 processos ainda abertos no Brasil em novembro -último mês com dados divulgados-, a metade (2.497) veio do país vizinho.
A Venezuela passa por crises econômica e política, com uma nova pressão internacional do presidente Nicolás Maduro, que passou a ameaçar invadir a vizinha Guiana. O Brasil é contra a invasão e trabalha para que o assunto seja resolvido diplomaticamente.
O número de refugiados entre os países em guerra manteve-se baixo. Até novembro, após um ano e meio de guerra na Europa, 20 russos e 14 ucranianos haviam pedido refúgio no Brasil. Já em decorrência do conflito no Oriente Médio, foram 69 palestinos e nenhum israelense, segundo dados do Ministério da Justiça e Segurança Pública.
O Brasil reconhece como refugiados "cidadãos de outros países que estejam sofrendo perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas, ou ainda, que estejam sujeitos, em seu país, a grave e generalizada violação de direitos humanos".
Nas dez nacionalidades com mais refugiados, que somam 95% dos processos, a maioria está na América Latina, Ásia e África. Não há nenhum europeu. Fora Venezuela, a Colômbia é o único vizinho a integrar a lista, atualizada em 30 de novembro.
VEJA OS DEZ PAÍSES COM MAIS REFUGIADOS NO PAÍS:
Venezuela: 95.951 (81,8%)
Haiti: 7.101 (6%)
Cuba: 3.035 (2,6%)
Angola: 1.621 (1,4%)
Bangladesh: 1.317 (1,1%)
Afeganistão: 881 (0,7%)
China: 875 (0,7%)
Nigéria: 655 (0,5%)
Gana: 453 (0,4)
Colômbia: 335 (0,3%)