Ataque de Israel no Líbano mata comandante de grupo de elite do Hezbollah
Líderes do Hezbollah identificaram o combatente morto como Wissam al-Tawil, um dos chefes da força de elite do Radwan -grupo que, segundo Tel Aviv, quer invadir a fronteira norte de Israel
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Um ataque de Israel no sul do Líbano matou nesta segunda-feira (8) um comandante sênior do Hezbollah, grupo extremista islâmico patrocinado pelo Irã e que apoia o Hamas. A morte amplia os temores de que a guerra na Faixa de Gaza se estenda para outros locais da região.
Líderes do Hezbollah identificaram o combatente morto como Wissam al-Tawil, um dos chefes da força de elite do Radwan -grupo que, segundo Tel Aviv, quer invadir a fronteira norte de Israel.
A facção libanesa afirmou que Tawil e outro combatente foram mortos após um bombardeio atingir o carro em que estavam na região de Majdal Selm, no sul do Líbano e a cerca de 6 quilômetros da fronteira com Israel.
O Estado judeu, aliás, assumiu a responsabilidade pelo ataque, contrariando sua prática usual. "Faz parte da guerra", disse o chanceler, Israel Katz, em entrevista à emissora de ultradireita Canal 14.
Ataques israelenses já mataram mais de 130 combatentes do Hezbollah em território libanês desde o começo da guerra contra o Hamas, em 7 de outubro -o grupo prometeu apoio à facção palestina que, assim como ele, também é apoiada pelo Irã. Outros 19 de seus membros foram mortos na Síria.
Tawil foi um dos comandantes mais importantes do Hezbollah mortos nas hostilidades até agora, de acordo com uma fonte no Líbano familiarizada com o assunto que falou com a agência de notícias Reuters.
Após a morte, o grupo divulgou fotografias do combatente, incluindo uma com Sayyed Hassan Nasrallah, secretário-geral do Hezbollah, e outra com Imad Mughniyeh, comandante do grupo que foi morto na Síria em 2008. Uma terceira foto mostra Tawil sentado ao lado do principal comandante militar do Irã, Qassem Suleimani, morto por um ataque de drone dos EUA em Bagdá há quatro anos.
Nas últimas semanas, líderes israelenses têm repetido que existem apenas duas opções para apaziguar o conflito com o Hezbollah: uma solução diplomática para afastar o grupo Radwan da fronteira ou uma grande ofensiva militar para alcançar o mesmo objetivo.
As hostilidades entre o grupo e Israel têm sido em grande parte contidas em áreas próximas a Israel, mas as tensões aumentaram na semana passada, quando Israel matou Saleh al-Arouri, o número dois da ala política do Hamas, em um ataque com drone no sul de Beirute, território controlado pelo Hezbollah. O grupo xiita jurou vingança, e o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, afirmou que Tel Aviv tentava arrastar o Líbano para a guerra.
Para o porta-voz do governo de Israel Eylon Levy, porém, é o Hezbollah que está "arrastando o Líbano para uma guerra totalmente desnecessária", segundo declarações a repórteres desta segunda. "Estamos agora em uma encruzilhada", afirmou Levy. "Ou o Hezbollah recua, com sorte como parte de uma solução diplomática, ou o empurraremos para longe."
O grupo, por sua vez, diz que não quer iniciar um conflito de grandes dimensões. "Mas se Israel decidir travar uma guerra total contra nós, então responderemos com uma guerra total, sem hesitação e com tudo o que temos", afirmou, no domingo (7), o vice-líder do Hezbollah, Naim Qassem.
Arouri foi apenas um dos mortos da última semana -também no domingo, o Exército de Israel disse que havia matado pelo menos sete membros do grupos em ataques que tinham como objetivo destruir a unidade Radwan.
Na véspera, um dos maiores ataques do Hezbollah em meses deixou danos significativos na Unidade de Controle Aéreo Norte no Monte Meron, uma base militar de Israel. O bombardeio com 62 foguetes foi uma "resposta preliminar" à morte de Arouri, disse o grupo.
A facção libanesa não é a única a apoiar o lado palestino na guerra -em solidariedade ao Hamas, os houthis, apoiados pelo Irã no Iêmen, já atacaram navios no mar Vermelho e lançaram mísseis contra Israel. Os Estados Unidos, por sua vez, atacaram alvos no Iraque, país no qual lideram uma coalizão militar para desmantelar o Estado Islâmico.
Nesta segunda, o Pentágono contradisse um anúncio da semana passada de Bagdá ao afirmar que não está planejando retirar seus cerca de 2.500 soldados do Iraque. "No momento, não estou ciente de nenhum plano. Continuamos muito focados na missão de derrotar o Estado Islâmico", disse o Major General da Força Aérea Patrick Ryder em uma entrevista coletiva.
Ele afirmou ainda que as forças dos EUA estão no Iraque a convite do governo e disse desconhecer qualquer notificação de Bagdá ao Departamento de Defesa sobre a retirada das tropas.
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