Empresa pode ter achado destroços do avião de Amelia Earhart quase 90 anos
A companhia Deep Sea Vision afirma que os fragmentos podem ter sido achados por sonares durante uma busca numa área a oeste da ilha Howland
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Mundo Aviação
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - A americana Amelia Earhart desapareceu durante uma tentativa de se tornar a primeira mulher a realizar um voo ao redor do mundo, em 1937. Quase 90 anos depois, uma empresa de exploração marinha pode ter encontrado os destroços da aeronave, o que ajudaria a desvendar um dos maiores mistérios da aviação mundial.
A companhia Deep Sea Vision afirma que os fragmentos podem ter sido achados por sonares durante uma busca numa área a oeste da ilha Howland, localizada no meio do oceano Pacífico, entre a Austrália e o Havaí. Os destroços estariam a cerca de 5.000 metros de profundidade.
Amelia e o navegador Fred Noonan desapareceram no dia 2 de julho depois de decolarem de Lae, na Papua Nova Guiné. Eles deviam ter pousado em Howland para abastecer, mas não alcançaram o destino. Os dois foram declarados mortos em 1939 –os investigadores concluíram que o avião havia caído em algum ponto do Pacífico. Na época do desaparecimento, ela tinha 39 anos, e ele, 44.
O desaparecimento da dupla é um dos mistérios mais intrigantes da história da aviação e tema de vários livros e filmes. Também é fonte de diversas teorias, uma das quais eles teriam abandonado o avião bimotor Lockheed L-10 depois de ficarem sem combustível. A localização dos destroços, assim, pode ser fundamental para esclarecer o que de fato aconteceu com os aviadores.
"Sempre achamos que ela [Amelia] teria tentado fazer o possível para pousar de forma suave na água, e a assinatura da aeronave que vemos na imagem de sonar sugere que esse pode ter sido o caso", afirmou o diretor-executivo da Deep Sea Vision, Tony Romeo. Segundo ele, uma imagem feita por um robô revela contornos que correspondem ao "modelo único de cauda dupla e à escala do avião" usado por Amelia.
Em nota, a Deep Sea Vision disse que as buscas ocorreram durante 90 dias em uma área de 13,5 mil quilômetros quadrados, nas profundezas do Pacífico. A área mapeada, segundo a empresa, foi maior do que em todas as operações anteriores somadas. A companhia mantém em sigilo a localização exata dos destroços e planeja realizar novas expedições à região da descoberta nos próximos dias.
Pioneira, Amelia se tornou referência para mulheres na aviação em todo o mundo. Em 1932, ela foi a primeira pilota a atravessar o oceano Atlântico sozinha. A americana nasceu em 1897 no estado do Kansas, onde viajou de avião pela primeira vez. Apesar da clara vocação, ser uma aviadora no início do século 20 não era algo incentivado pela sociedade, e ela sofreu ao longo de sua vida com o machismo que preceituava que mulheres não deviam se dedicar a outras funções que não fossem as domésticas.
Em 2010, pesquisadores encontraram possíveis destroços e restos mortais que poderiam ser provas da queda do avião, mas o material foi descartado após testes de DNA apontarem as amostras como inconclusivas.