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Zelenski sela acordo militar com Alemanha e França enquanto espera EUA

O governo de Zelenski diz de forma reiterada que necessita de maior apoio ocidental

Zelenski sela acordo militar com Alemanha e França enquanto espera EUA
Notícias ao Minuto Brasil

21:12 - 16/02/24 por Folhapress

Mundo Ucrânia

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Em um dia de holofotes em Vladimir Putin após a morte do opositor Alexei Navalni, o líder da Ucrânia, Volodimir Zelenski, fez um rápido giro pela Europa com ambições generosas: firmar pacotes de apoio militar para a próxima década com Alemanha e França.

O "timing" é crítico para Kiev. O governo de Zelenski diz de forma reiterada que necessita de maior apoio ocidental, em especial por meio do envio de armamentos, mas a ajuda adicional e bilionária prometida pelo presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, segue travada por disputas internas no Congresso americano.

Na manhã desta sexta-feira (16) Zelenski assinou um pacto com o governo alemão em Berlim, com duração de dez anos, no qual a Alemanha se compromete a apoiar a Ucrânia constantemente com assistência militar e a impor mais sanções contra a Rússia, além de garantir que ativos russos sigam congelados.

A assinatura do documento ao lado do premiê Olaf Scholz veio acompanhada de um pacote de apoio imediato no valor de EUR1,13 bilhão, algo em torno de R$ 6 bi, para defesa aérea e artilharia.

"Não se pode subestimar a importância deste documento: com ele fica claro que a Alemanha continuará a apoiar a Ucrânia em sua defesa contra a invasão russa", afirmou Scholz, líder do país que até antes da guerra era um dos que mais dependia das importações de gás russo.

Zelenski, por sua vez, classificou a ajuda como crucial, "uma vez que os suprimentos militares de outros parceiros diminuíram, e a Rússia tem vantagem em artilharia na linha de frente".

Depois, durante a tarde, o presidente ucraniano foi a Paris, onde esteve com o presidente Emmanuel Macron e firmou outro pacto de segurança, também de dez anos, que inclui compromissos de Paris de fornecer mais armas, treinar soldados e enviar EUR 3 bilhões, ou R$ 16 bi, em ajuda militar ainda ao longo deste ano.

"Nosso compromisso com Kiev não enfraquecerá", afirmou Macron a jornalistas, ao lado de Zelenski. Ele disse que "o regime do Kremlin entrou em uma nova fase, na qual agora claramente mostra mais agressão contra os países da Europa". "Sendo assim, ao ajudar nosso parceiro na Ucrânia, estamos investindo em nossa própria segurança."

Zelenski realiza este pequeno tour a poucos dias de a Guerra da Ucrânia completar dois anos. De Berlim, ele se dirigiu a Munique, onde ocorre todos os anos a tradicional Conferência de Segurança, o maior fórum mundial do assunto e conhecido como "Davos da Defesa".

"Uma nova arquitetura de segurança se desenha para a Ucrânia, assim como novas oportunidades", escreveu ele no X. "Estamos fazendo de tudo para encerrar essa guerra o mais rápido possível em termos que sejam justos para Kiev e que garantam uma paz duradoura."

Espera-se que Zelenski discurse na Conferência de Munique neste sábado (17). Também está previsto que ele tenha alguns encontros bilaterais, como com a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris.

Alguns líderes europeus têm buscado oferecer mais apoio à Ucrânia em meio a preocupações crescentes de que o pacote de ajuda de US$ 60 bilhões, ou R$ 321 mi, dos EUA, naufrague.

O projeto foi aprovado pelo Senado americano, mas agora corre riscos na Câmara, de maioria republicana: Mike Johnson, presidente da Casa, já disse que os legisladores irão rejeitá-lo.

O que está em jogo na aprovação do pacote, que além da Ucrânia enviaria ajuda também para Israel e Taiwan, é o endurecimento da política migratória na fronteira sul do país, com o México.

Acordos de segurança, como os firmados nesta sexta-feira com Berlim e Paris, fazem parte de uma série de compromissos assumidos por todos os membros do G7 e por outros 25 países à Ucrânia em uma reunião dos aliados da Otan em Vilnius, na Lituânia, no ano passado, uma medida que foi vista como tentativa de compensar a sua relutância em trazer Kiev para dentro da aliança militar.

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