Empresa é multada por obrigar caminhoneiro dirigir 600km após infarto
Empresa responsável foi condenada a pagar uma multa de 30 mil euros (cerca de 160 mil reais)
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Mundo Espanha
O Tribunal Superior de Justiça da Comunidade Valenciana, na Espanha, condenou uma empresa de transportes a pagar uma indenização de 30 mil euros (cerca de 160 mil reais) ao caminhoneiro que obrigou a dirigir mais de 600 quilômetros, após ter sofrido um enfarte. A justiça ordenou, também, a reintegração do homem - que tinha sido posteriormente despedido - na empresa.
Segundo os jornais ABC e Información, o caso aconteceu em 12 de dezembro de 2021, quando o condutor se encontrava fazendo entregas entre a Alemanha e a Suécia. Naquele dia, queixando-se de dores no peito, foi internado no hospital alemão Marien de Euskirchen, para receber tratamento devido a um enfarte do miocárdio. Dois dias depois, foi-lhe dada alta, devendo manter-se sob avaliação, sendo atendido em um centro médico caso os sintomas piorassem.
Assim, o homem informou a entidade patronal, referindo que estava fazendo exames, que sentia dores no peito e que deveria regressar a casa até 31 de dezembro, porque estava ficando sem medicamentos e tinha receio pela sua saúde. A empresa respondeu, no entanto, que sem uma baixa médica oficial não poderiam financiar o seu regresso a Espanha.
O homem teve de deslocar-se até Estrasburgo (França), passando pelos Países Baixos, para que um outro caminhoneiro da mesma empresa o levasse de volta a Espanha. Ao todo, foram 674 quilômetros de viagem até 'pegar carona'.
Depois, a caminho de casa, ainda teve de fazer um total de sete paragens em Barcelona, na companhia do seu colega de profissão, para fazer descargas.
Quando conseguiu, finalmente, chegar a Espanha, o homem foi despedido e obrigado a devolver o celular e os cartões da empresa presencialmente, apesar do seu frágil estado de saúde.
A condenação do tribunal veio após rejeitar o recurso imposto pela empresa, mas também um outro apresentado pelo trabalhador, que exigia uma indenização maior.
A sentença dá razão ao motorista que considera que os seus direitos fundamentais, como o seu direito à integridade física, não foram respeitados.
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