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Deputados da Espanha aprovam lei da anistia a separatistas

A legislação foi resultado de um acordo do governo de Pedro Sánchez, do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), com os partidos separatistas no ano passado

Deputados da Espanha aprovam lei da anistia a separatistas
Notícias ao Minuto Brasil

19:48 - 14/03/24 por Folhapress

Mundo Justiça

MADRI, ESPANHA (FOLHAPRESS) - O Congresso da Espanha -equivalente à Câmara dos Deputados brasileira- aprovou nesta quinta (14) a lei de anistia para os acusados do processo de independência da Catalunha.

A legislação foi resultado de um acordo do governo de Pedro Sánchez, do PSOE (Partido Socialista Operário Espanhol), com os partidos separatistas no ano passado. Estes apoiaram a escolha de Sánchez para seu segundo mandato de cinco anos como primeiro-ministro e, em troca, receberam o projeto.

O texto passou com 178 votos a favor e 172 contra, uma maioria que reflete a polarização partidária na Espanha.

O placar é bastante semelhante àquele que levou Sánchez a ser reconduzido ao cargo de premiê, em novembro de 2023, medida em que 179 deputados votaram a favor e 171, contra. Não à toa, o mesmo bloco de esquerda que, aliado aos separatistas, votou a favor de Sánchez em novembro aprovou a lei nesta quarta, enquanto os conservadores e direitistas repetiram seu voto contrário.

A única exceção foi um deputado da Coalizão Canária que apoiou Sánchez naquela época, mas não a anistia agora.

"Não é um ponto final. Continuaremos. O objetivo continua sendo a independência", afirmou após a votação Míriam Nogueras, porta-voz do Junts (Juntos pela Catalunha), o principal partido beneficiado pela anistia.

"Isto não é reconciliação, é submissão", opinou Alberto Nuñez Feijóo, candidato derrotado ao governo pelo PP (Partido Popular) no ano passado. "Essa lei não vai passar pelo filtro do Senado", afirmou na tribuna.

De fato, a norma irá agora para o Senado, onde o PP tem 144 deputados, dez a mais que o necessário para realizar alterações à lei. Mas elas de pouco servirão, pois o texto voltará ao Congresso e os 178 deputados que votaram a favor dela nesta quinta devem derrubar essas novas emendas. Espera-se, assim, que o Congresso aprove definitivamente a lei em junho, em sua segunda votação.

A votação acontece um dia depois de o presidente da Comunidade Autônoma da Catalunha, Pere Aragonès (Esquerda Republicana da Catalunha), ter antecipado as eleições para a região, antes programadas para início do ano que vem, para daqui a dois meses, em 12 de maio.

Isso significa que a sessão de investidura para a presidência da Catalunha -que deveria acontecer por volta de julho, segundo a imprensa espanhola- poderá contar com a presença de Carles Puigdemont. Essa, pelo menos, é a intenção do Junts.

Puigdemont era o presidente da comunidade autônoma quando decretou, em 2017, a independência da região em relação a Madri. Após ter sua prisão decretada, o político fugiu para a Bélgica e não voltou à Espanha, onde ainda é considerado foragido. Atualmente, ele atua como eurodeputado em Bruxelas.

Como Puigdemont, uma série de outros políticos separatistas envolvidos tiveram a prisão decretada ou foram alvos de processos judiciais em razão da tentativa de independência. A anistia votada hoje deve restituir seus direitos políticos e extinguir esses processos.

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