Hamas "pede desculpa" à população de Gaza pelo sofrimento pela guerra
O comunicado reconhece as dificuldades enfrentadas pela população de Gaza devido ao conflito com o exército israelense, que começou quase seis meses atrás
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Mundo Israel/Palestina
O Hamas, movimento terrorista palestino, emitiu pela primeira vez um pedido de desculpas à população de Gaza pelo sofrimento causado durante a guerra com Israel, em uma longa declaração publicada no domingo à noite na plataforma Telegram.
O comunicado reconhece as dificuldades enfrentadas pela população de Gaza devido ao conflito com o exército israelense, que começou quase seis meses atrás. O Hamas expressou sua intenção de continuar o conflito em busca da "vitória e liberdade" para os palestinos.
Na declaração de agradecimento ao povo da Faixa de Gaza, o Hamas admitiu o cansaço da população e mencionou medidas que tentou implementar para amenizar as dificuldades, como controle de preços em meio à agressão em curso.
O movimento também afirmou estar dialogando com várias partes da sociedade de Gaza, incluindo outros grupos armados, comitês populares e famílias, para resolver os problemas causados pela ocupação.
As necessidades humanitárias em Gaza são enormes, com o território já sofrendo com o bloqueio israelense desde 2006, além da pobreza e desemprego. A ajuda humanitária está sendo enviada, e grande parte da população foi deslocada para o sul, próximo à fronteira com o Egito.
Nos últimos meses, líderes do Hamas, como Khaled Mechaal, ex-chefe do gabinete político do movimento, afirmaram que sacrifícios são necessários para a libertação dos palestinos.
A guerra foi desencadeada por um ataque sem precedentes do Hamas a partir de Gaza contra Israel em outubro, resultando em cerca de 1.200 mortes, a maioria civis, de acordo com dados oficiais israelenses. Em retaliação, Israel prometeu aniquilar o Hamas e lançou uma ofensiva que resultou em milhares de mortes, de acordo com o Ministério da Saúde do Hamas.
O Hamas, que governa Gaza desde 2007, é considerado uma organização terrorista por vários países, incluindo Israel, Estados Unidos e União Europeia.
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