Hamas ataca posto israelense na fronteira, e chances de cessar-fogo diminuem
Segundo o Times of Israel, ao menos 7 pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave. As passagens de Rafah e de Erez, recentemente reaberta, permaneciam funcionando.
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SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O Exército de Israel anunciou neste domingo (5) o fechamento da passagem de Kerem Shalom, que dá acesso à Faixa de Gaza e por onde passa ajuda humanitária, depois de o local sofrer um ataque com foguetes lançados pelo Hamas. O episódio ocorre em meio às negociações por um cessar-fogo da guerra em Gaza, sob mediação internacional, no Cairo, e deve dificultar ainda mais o diálogo.
Segundo o Times of Israel, ao menos 7 pessoas ficaram feridas, algumas em estado grave. As passagens de Rafah e de Erez, recentemente reaberta, permaneciam funcionando.
"Cerca de dez projéteis foram disparados de uma área adjacente [à cidade de] Rafah em direção à área de Kerem Shalom. A passagem da fronteira de Kerem Shalom está atualmente fechada para caminhões de ajuda humanitária", afirmou o Exército em comunicado.
O braço armado do Hamas disse ter disparado foguetes contra uma base do Exército israelense perto de Kerem Shalom , mas não confirmou de onde fez o lançamento nem se o alvo final era mesmo o posto de controle. Israel tem afirmado que vai invadir Rafah por terra para combater as forças do grupo terrorista, mas enfrenta pressão internacional para desistir da investida.
O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, acusou o Hamas de mostrar sinais de não levar a sério a negociação e disse que, se for o caso, Israel lançaria ações militares em Rafah e em outras partes da Faixa de Gaza "num futuro muito próximo".
Para chegar a um acordo, o Hamas exige que a guerra termine em troca da libertação de reféns. O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, porém, já se pronunciou dizendo que não "não pode aceitar" as exigências.
"Quando Israel mostra sua boa vontade, o Hamas persiste nas suas posições extremas, entre as quais se destaca a sua exigência de retirada das nossas forças da Faixa de Gaza", disse Netanyahu em uma reunião de gabinete.
Desde o início do conflito, Israel autorizou a passagem de pouco mais de 20 mil caminhões com ajuda humanitária para Gaza, segundo a UNRWA, agência da ONU para refugiados palestinos –uma média de 119 por dia pelas duas passagens no sul que estavam abertas (Rafah e Kerem Shalom). Cerca de três quartos desses caminhões levavam comida, e os demais transportavam materiais médicos, de abrigo (como tendas), alimentos para animais e peças de reposição para máquinas.
A situação humanitária na região desperta preocupação de organismos internacionais. Um estudo da Oxfam publicado no início de abril apontou que as pessoas no norte de Gaza têm sido forçadas a sobreviver com uma média de 245 calorias por dia. Isso representa menos de 12% da ingestão diária recomendada de 2.100 calorias por pessoa.
No final de março, a Corte Internacional de Justiça (CIJ) ordenou que Israel tome todas as medidas necessárias para garantir o fornecimento de alimentos básicos à população na Faixa de Gaza.
Para levar mantimentos ao território palestino é preciso seguir uma série de regras impostas por Israel. Tel Aviv tem sido acusada de usar a burocracia para dificultar o fornecimento de ajuda a Gaza. Israel nega e afirma que a intenção do controle é evitar que materiais entregues possam ter uso militar pelo Hamas.
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