Hamas acusa Israel de falsificar as identidades dos mortos em Nuseirat
O Hamas acusou hoje Israel de mentir sobre as identidades dos combatentes do grupo palestino mortos no ataque a uma escola da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA), no campo de Nuseirat, na quinta-feira.
© Lusa
Mundo Israel/Palestina
"O exército de ocupação israelita espalha informações falsas, promove mentiras e engana o público ao publicar nomes que afirma ter matado no massacre de Nuseirat, incluindo pessoas que estão vivas, bem como mártires que morreram em momentos e lugares diferentes, não em Nuseirat", afirmou num comunicado o Governo da Faixa de Gaza, controlado pelo Hamas.
Cerca de 40 pessoas, incluindo 14 menores, morreram nesse ataque, segundo o Hamas. Israel garante que cerca de 20 ou 30 "terroristas" estavam escondidos na escola e que o ataque foi preciso com base em informações para minimizar os danos aos civis.
O exército israelita revelou na sexta-feira à noite a identidade de oito supostos combatentes do Hamas e da Jihad Islâmica que morreram no ataque à escola, depois de ter anunciado nove nomes na quinta-feira, totalizando 17.
Pelo menos 75 pessoas morreram na quarta-feira em vários ataques de Israel em campos de refugiados no centro da Faixa, em Nuseirat, Bureij e Maghazi, onde os israelitas intensificaram a sua ofensiva nos últimos dias.
Além disso, o Hamas afirma que Jamil Maqadma era um homem idoso que morreu naturalmente em 2017; e sobre Abu Mhimar indicam que seu nome correto é Ahmad Saud Mkheimer, um vendedor ambulante que tinha uma barraca perto da escola e que a foto que o exército israelita apresentou corresponde a outra pessoa com o mesmo sobrenome que mora há anos no estrangeiro.
O governo de Gaza sublinhou que este vendedor tinha uma autorização de trabalho em Israel antes da guerra, o que prova que não tinha qualquer ligação com as milícias palestinas e que tinha passado em todos os controles de segurança.
"A lista apresentada pela ocupação é inventada e incorreta", afirmou o Governo do Hamas, que também forneceu os nomes das 14 crianças, entre os 8 e os 16 anos, que afirma ter morrido naquele ataque à escola Nuseirat.
O Hamas acusou Israel de "atacar deliberadamente civis" e de ter como alvo escolas e abrigos da UNRWA que acolhem milhares de pessoas deslocadas.
Segundo a UNRWA, havia cerca de 6.000 pessoas deslocadas na escola Nuseirat e o ataque ocorreu sem aviso prévio. Cerca de 150 escolas da ONU foram atacadas desde o início da guerra.
Horas depois de atacar aquela escola, na noite de quinta-feira Israel também atacou um edifício municipal em Nuseirat, matando quatro pessoas, incluindo o autarca Iyad al-Maghari, sem ligação com a resistência armada, segundo o Hamas.
No entanto, o exército disse na sexta-feira à noite que Maghari era um "agente terrorista com uma extensa história no Hamas", que no passado assumiu um papel central no planejamento de ataques na Cisjordânia.
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