Ucrânia acusa Rússia de ataque que matou ao menos 36 e atingiu hospital infantil
Segundo as autoridades ucranianas, trata-se da ofensiva aérea mais mortal feita pela Rússia nos últimos meses
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Mundo Guerra
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Bombardeios com mísseis atingiram cidades de toda a Ucrânia e mataram ao menos 36 pessoas nesta segunda-feira (8). Um dos pontos mais afetados é o maior hospital infantil do país, na capital, Kiev. Segundo as autoridades ucranianas, trata-se da ofensiva aérea mais mortal feita pela Rússia nos últimos meses.
"Ouvimos uma explosão, então fomos cobertos por destroços. Foi assustador, eu não conseguia respirar. Tentei cobrir meu filho com um pano para que ele pudesse respirar", disse Svitlana Kravchenko, 33, à agência de notícias Reuters. O bebê de dois meses não foi ferido, mas Svitlana sofreu cortes e o teve carro totalmente soterrado pelos escombros de um prédio.
Ao todo, os ataques em Kiev deixaram 21 mortos e 65 feridos. Duas horas depois da ofensiva principal, que matou 14 pessoas, os destroços de outro bombardeio atingiram um segundo hospital da capital e fizeram mais sete vítimas, de acordo com os serviços de emergência. Socorristas e civis ainda vasculham os escombros do ataque ao hospital infantil.
Em Krivii Rih, cidade natal do presidente Volodimir Zelenski, a ofensiva deixou 11 mortos e 47 feridos. No leste do país, os mísseis atingiram uma área industrial na cidade de Pokrovsk e mataram três pessoas, segundo o governador regional de Donetsk, enquanto a cidade de Dnipro registrou uma morte.
"Terroristas russos mais uma vez lançaram um grande ataque de mísseis contra a Ucrânia, em diferentes cidades -Kiev, Dnipro, Krivii Rih, Sloviansk, Kramatorsk. Mais de 40 mísseis de vários tipos danificaram edifícios, infraestrutura e um hospital infantil", escreveu o presidente ucraniano no X.
Em visita a Varsóvia, onde deve assinar um pacto de segurança com a Polônia, Zelenski afirmou que a Ucrânia responderá aos bombardeios russos, cobrou posicionamento de países aliados e pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU.
O
ministro italiano das Relações Exteriores, Antonio Tajani, manifestou apoio à Ucrânia em publicação no X. "Fico chocado com as imagens dos bombardeios em Kiev, que também atingiram um hospital infantil. Crimes de guerra devem ser condenados por toda a comunidade internacional", escreveu.
"É uma agressão insensível, um total desrespeito pela vida humana, colocando em risco a segurança europeia e transatlântica. É por isso que os líderes farão compromissos significativos de segurança com a Ucrânia esta semana", disse a embaixadora dos Estados Unidos em Kiev, Bridget Brink, também no X.
O ataque ocorreu um dia antes de os líderes dos países da Otan começarem uma cúpula de três dias, da qual se espera que Zelenski participe, com a guerra da Ucrânia sendo um dos focos.
Negando a responsabilidade pelos bombardeios, o ministério da Defesa de Moscou afirmou que mira apenas instalações militares e que as imagens mostram que os danos foram causados pela queda de mísseis antiaéreos ucranianos.
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