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Conselheiro de Segurança Nacional de Biden chega a Pequim para 'mais comunicação'

A rede CCTV cobriu o desembarque e posteriormente o primeiro contato de ambos, descrevendo a visita como "movimento importante" para "uma nova rodada de comunicação estratégica"

Conselheiro de Segurança Nacional de Biden chega a Pequim para 'mais comunicação'
Notícias ao Minuto Brasil

11:00 - 27/08/24 por Folhapress

Mundo EUA-CHINA

(FOLHAPRESS) - O conselheiro de Segurança Nacional dos Estados Unidos, Jake Sullivan, chegou no início da tarde desta terça-feira (madrugada de terça em Brasília) a Pequim, para três dias de conversas a convite do ministro do Exterior da China, Wang Yi. A rede CCTV cobriu o desembarque e posteriormente o primeiro contato de ambos, descrevendo a visita como "movimento importante" para "uma nova rodada de comunicação estratégica".

 

A expectativa de resultados concretos, porém, é baixa, como se viu nas três rodadas anteriores entre eles, desde maio do ano passado, na Áustria, em Malta e na Tailândia. Especula-se que podem ao menos acertar um encontro entre os líderes Joe Biden e Xi Jinping para os próximos meses, na cúpula da Apec (Cooperação Econômica Ásia-Pacífico), no Peru, ou na do G20, no Brasil, em novembro.

Buscando transmitir confiança ao receber Sullivan, Wang afirmou esperar que "nossa comunicação seja substancial como sempre", visando uma relação "estável, saudável e sustentável". Já o assessor americano afirmou que "o trabalho que fizemos" nas várias rodadas mostrou o comprometimento dos EUA "em administrar esta relação importante de maneira responsável".

Em briefing apresentado antes da nova rodada, o ministério chinês do Exterior havia afirmado que "os dois lados têm mantido a comunicação", porém "os Estados Unidos continuam contendo e suprimindo a China, que tomou contramedidas resolutas". Com isso, a relação bilateral ainda precisa "ser estabilizada".

O tema destacado novamente para as conversas, por parte de Pequim, foi Taiwan, "a primeira e mais importante linha vermelha que não deve ser cruzada nas relações China-EUA". Foram enfatizadas ainda as "medidas arbitrárias contra a China na área de tarifas, controle de exportação e sanções unilaterais".

Porta-vozes americanos também citaram Taiwan e "práticas econômicas injustas" de Pequim como seu foco para as conversas, além de preocupações com apoio chinês à Rússia, na Guerra da Ucrânia, e ações consideradas agressivas em relação às Filipinas, com quem Pequim disputa áreas marítimas. A chegada de Sullivan coincidiu com críticas filipinas à China, na terça, após novos atritos entre embarcações no Mar do Sul da China no fim de semana.

A visita está sendo precedida por apostas, tanto na imprensa chinesa como na americana, sobre o eventual substituto do assessor de Segurança Nacional no caso de Kamala Harris, vice de Biden, ser eleita em novembro. O nome mais citado é de Philip Gordon, atual assessor de Segurança Nacional de Kamala, considerado especialista em Europa, não China.

Não se espera que Sullivan permaneça no cargo após o fim do mandato do atual presidente, no dia 20 de janeiro, daqui a menos de cinco meses.

Também nesta terça, a chancelaria chinesa convocou novo briefing para jornalistas, em que defendeu a ampliação do apoio à proposta de paz apresentada pela China junto com o Brasil, há três meses, para a Guerra da Ucrânia. Os dois países sugerem organizar um encontro de negociação com a presença tanto da Rússia como da Ucrânia.

O enviado de Pequim para tratar do conflito, Li Hui, relatou as visitas que fez a autoridades do Brasil, da África do Sul e da Indonésia, países emergentes que vêm mantendo contato com os dois lados e que também defendem, declarou ele, "uma solução política para a crise, por meio de diálogo e negociação".

Criticou as sanções adotadas na semana passada pelos EUA contra dezenas de pessoas e empresas chinesas por manterem relação com a Rússia, segundo Washington, favorecendo seu esforço de guerra. As justificativas dadas não têm base factual, disse Li. Durante a visita a Brasília, ele disse à Folha que a China não pode forçar a Rússia a parar o conflito.

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