Zimbabué vai vender animais selvagens para enfrentar seca
O diretor da Força Especial para a Conservação do Zimbabué (ZCTF, na sigla em inglês), o ativista de origem portuguesa Johnny Rodrigues, considerou se tratar de um movimento para espoliar os recursos do país
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Mundo El Nino
O governo do Zimbabué anunciou, nesta quarta-feira (04), que vai vender parte da sua fauna selvagem para obter receitas a dedicar à conservação, em uma tentativa de enfrentar a seca provocada pelo El Niño, que ameaça quer as pessoas quer os animais.
A intenção da Autoridade de Gestão dos Parques Nacionais do Zimbabué é convidar os potenciais clientes a apresentarem propostas para a compra de animais selvagens, cujas espécies ainda não foram indicadas, uma decisão criticada por várias organizações ambientalistas.
O diretor da Força Especial para a Conservação do Zimbabué (ZCTF, na sigla em inglês), o ativista de origem portuguesa Johnny Rodrigues, considerou se tratar de um movimento para espoliar os recursos do país.
"É fácil ver o que está por trás disto: a ganância e a corrupção de alguns poucos caciques que farão bom dinheiro, que é certo que não se destinará à conservação" dos parques, disse Rodrigues à agência noticiosa espanhola EFE.
O governo exige que os eventuais compradores demonstrem possuir terrenos e infraestruturas adequadas para cuidar dos animais.
Isto implica, segundo Rodrigues, que a maior parte dos animais seja vendida a compradores internacionais, já que a maioria das 640 reservas privadas existentes no Zimbabué é muito pequena devido à lei de redistribuição de terras.
A seca devido ao fenômeno meteorológico El Niño vem afetando significativamente o leste e sul de África.
No Zimbabué, 2,8 milhões de pessoas -- mais de um quarto da população rural - corre risco de fome e a escassez de água e pastos em todos os parques nacionais faz temer uma situação semelhante à de 1992, quando morreram milhares de animais.