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Maduro diz que líder da oposição lhe pediu clemência antes de sair da Venezuela

Alvo de mandado de prisão, Edmundo González está asilado na Espanha

Maduro diz que líder da oposição lhe pediu clemência antes de sair da Venezuela
Notícias ao Minuto Brasil

22:36 - 19/09/24 por Folhapress

Mundo Venezuela

SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou nesta quinta-feira (19) que o candidato que representou a coalizão opositora na eleição de julho, Edmundo González, pediu-lhe clemência para que conseguisse deixar o país. Alvo de mandado de prisão, o ex-diplomata está asilado na Espanha.

 

"Me dá vergonha alheia que o senhor González Urrutia, que me pediu clemência, não tenha palavra com o que se empenhou e alegue sua própria covardia para tentar salvar sei lá o que", disse Maduro.

O ditador se referia às declarações feitas por González de que teria sido coagido a assinar uma carta em que se compromete a acatar a sentença que confirmou sua derrota no pleito. O documento é assinado pelo ex-diplomata e pelo líder da Assembleia Nacional da Venezuela, Jorge Rodríguez.

Após o documento vir a público, González disse ter sido pressionado a assiná-lo para que conseguisse deixar o país. "Considerei que poderia ser mais útil livre do que preso e incapaz de cumprir as tarefas que me foram confiadas pelo soberano [Nicolás Maduro]", disse o ex-diplomata em um vídeo.

González ficou um mês escondido antes de pedir asilo à Espanha, poucos dias após a Justiça venezuelana emitir uma ordem de prisão contra ele. O ex-diplomata é acusado de desobediência das leis, falsificação de documentos públicos, conspiração, usurpação de funções e sabotagem. Em teoria, os crimes podem resultar na pena máxima de 30 anos de reclusão.

O opositor chegou a Madri em um avião da Força Aérea espanhola no último dia 8. Em áudio divulgado por seus assessores, afirmou que pretendia continuar lutando pela recuperação da democracia e pela liberdade dos venezuelanos a partir do exílio.

A líder da oposição, María Corina Machado, afirmou que a saída do candidato foi necessária para "preservar sua liberdade e sua vida", em meio a uma "brutal onda de repressão". Atualmente, 1.800 pessoas estão detidas por razões políticas na Venezuela, segundo a ONG Foro Penal.

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