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Cientistas encontram queijo de 3.600 anos em colares de múmias na China

Os estudiosos encontraram queijo kefir espalhado à volta da cabeça e do pescoço dos cadáveres da Idade do Bronze

Cientistas encontram queijo de 3.600 anos em colares de múmias na China
Notícias ao Minuto Brasil

06:39 - 27/09/24 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo Ciência

Uma equipe de cientistas conseguiu extrair uma cadeia de DNA de um queijo que pode ser o mais antigo do mundo, encontrado em múmias da Idade do Bronze, sepultadas em um cemitério do povo Xiaohe, na China. O queijo kefir, com cerca de 3.300 a 3.600 anos, estava espalhado ao redor das cabeças e colares nos pescoços dos cadáveres, enterrados na bacia de Tarim, região noroeste do país.

 

A descoberta, publicada nesta quarta-feira na revista Cell, revelou que o extrato mitocondrial retirado de três túmulos continha DNA de vaca e de cabra. O estudo também identificou bactérias fúngicas, semelhantes às presentes nos atuais grãos de kefir, sugerindo que as técnicas de fermentação láctea evoluíram ao longo de milênios.

"Itens alimentares como o queijo são extremamente difíceis de preservar ao longo de milhares de anos, o que faz desta uma oportunidade rara e valiosa", explicou o pesquisador Qiaomei Fu, em entrevista ao New York Post. Segundo Fu, essa descoberta pode ajudar a entender melhor a dieta e a cultura dos povos antigos.

Os cientistas ainda traçaram a origem da bactéria Lactobacillus, comum nos produtos lácteos fermentados, ligando-a tanto à China quanto à Rússia. Antes, acreditava-se que essa bactéria era exclusiva das montanhas do Cáucaso.

Além de revelar detalhes sobre a dieta e a produção de alimentos na antiguidade, o estudo sugere que a evolução da bactéria ao longo de mais de três mil anos pode ter aprimorado o processo de fermentação do leite, contribuindo para a preservação do alimento.

"Esse é um estudo pioneiro que nos permite entender a evolução da produção de laticínios e as interações dos antigos povos com o ambiente ao seu redor. Estamos apenas começando, e com essa tecnologia esperamos explorar outros artefatos ainda desconhecidos", concluiu o pesquisador.

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