Em nova fala racista, Trump diz que imigrantes levam 'genes ruins' aos EUA
Trump disse que milhares de imigrantes que chegam aos EUA são assassinos
© JULIA NIKHINSON/AFP via Getty Images
Mundo EUA
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - O candidato do Partido Republicano à Casa Branca, o ex-presidente Donald Trump, voltou a dar uma declaração racista ao dizer nesta segunda-feira (7) que imigrantes levam muitos "genes ruins" aos Estados Unidos.
Em entrevista ao locutor de rádio conservador Hugh Hewitt, Trump discutia a política migratória do Partido Democrata e de sua adversária, Kamala Harris, quando disse que milhares de imigrantes que chegam aos EUA são assassinos.
"Muitos deles mataram bem mais de uma pessoa, e agora vivem tranquilamente nos EUA. Você sabe, eu acredito que ser um assassino está nos genes da pessoa. E a gente tem muitos genes ruins no nosso país agora", disse o republicano.
Em nota, a campanha de Trump defendeu a declaração, dizendo que o ex-presidente se referia a assassinos, não a imigrantes. "É nojento o fato de a mídia sempre querer defender homicidas, estupradores e criminosos para conseguir falar mal do presidente Trump", disse uma porta-voz da campanha republicana.
Trump tem um histórico de declarações consideradas racistas e xenofóbicas. Em 2023, ele disse que imigrantes "envenenam o sangue da nação", e em 2017, afirmou que havia pessoas boas dos dois lados de um confronto entre supremacistas brancos e manifestantes antirracistas em Charlottesville.
Especialistas dizem que imigrantes que entram nos EUA de maneira irregular não cometem crimes mais frequentemente do que outras pessoas no país, mas associar migração e criminalidade, a despeito das evidências, tem sido uma estratégia recorrente da campanha republicana.
O governo Biden condenou a fala. Uma porta-voz da Casa Branca disse que "esse tipo de linguagem promove o ódio, é nojenta e não tem espaço" nos EUA.
Na mesma entrevista, que foi ao ar no aniversário de um ano dos ataques do Hamas a Israel que serviram de estopim para a guerra no Oriente Médio, Trump disse que a Faixa de Gaza poderia ser "melhor do que Mônaco" se reconstruída corretamente.
Segundo um levantamento da ONU, os bombardeios israelenses contra Gaza destruíram dois terços das construções do território, gerando 42 milhões de toneladas de destroços que devem demorar 14 anos para serem removidos a um custo de US$ 1,2 bilhão (cerca de R$ 6,5 bilhões). Além disso, mais de 41 mil palestinos foram mortos pelos ataques de Israel desde 7 de outubro de 2023, segundo autoridades de saúde locais.
"[Gaza] tem a melhor localização do Oriente Médio, a melhor água, o melhor de tudo", disse Trump nesta segunda, acrescentando que, quando visitou o local, lamentou que os palestinos "nunca aproveitaram" a vista de frente para o mar. "Podia ser o melhor lugar do Oriente Médio e um dos melhores do mundo."