Guerras do Ópio: Como a luta pelo controle das drogas mudou o destino do mundo -

As Guerras do Ópio de meados do século XIX foram travadas entre as potências ocidentais e a dinastia Qing, que governou a China de 1644 a 1912. Duas guerras ocorreram, ambas travadas essencialmente pelo comércio ilegal de ópio e pela expansão do território reivindicado pelos britânicos na região. Aos olhos de muitos estudiosos, o conflito marcou o fim do isolamento da China e o início da história chinesa moderna. Mas o preço pago foi pesado.

Então, o que exatamente foram as Guerras do Ópio? Clique na galeria para entender e veja a linha do tempo dos eventos.

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O que é ópio? -

O ópio é um narcótico não sintético altamente viciante que é extraído da planta da papoula.

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O comércio de ópio -

Desde o século XVIII, comerciantes estrangeiros (principalmente britânicos) exportavam ilegalmente ópio, principalmente da Índia para a China. Na foto estão navios de ópio atracados na Ilha Lintin (Nei Lingding).

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Problemas com o vício -

No início do século XIX, o vício no entorpecente entre a população chinesa aumentou dramaticamente, causando sérios problemas sociais e econômicos.

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Oferta e demanda -

De fato, a década de 1830 testemunhou um rápido aumento no comércio de ópio. Na foto está uma fábrica de ópio em Patna, Índia. Centenas de bolas de ópio estão sendo preparadas para exportação para a China.

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Negócios ilícitos -

No início de 1839, o governo chinês, determinado a suprimir o negócio ilícito, confiscou e destruiu mais de 20.000 baús de ópio - cerca de 1.400 toneladas da droga - que estavam armazenados em Cantão (Guangzhou) por comerciantes britânicos.

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Tentativas de erradicação do comércio de ópio -

Mais tarde naquele ano, as autoridades chinesas nomearam o acadêmico-oficial Lin Zexu para o cargo de comissário imperial especial com a tarefa de erradicar o comércio de ópio. Um burocrata formidável conhecido por sua competência e altos padrões morais, Lin foi enviado a Guangdong pelo imperador para deter a importação ilegal de ópio pelos britânicos. Ele chegou em março de 1839 e causou um enorme impacto no comércio de ópio em questão de meses. Ele prendeu mais de 1.700 traficantes chineses de ópio e confiscou mais de 70.000 cachimbos de ópio.

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Destruição do entorpecente -

Lin Zexu inicialmente tentou fazer com que empresas estrangeiras entregassem seus estoques de ópio em troca de chá, mas a ideia acabou fracassando. Em vez disso, ele recorreu ao uso da força nas terras onde os mercadores ocidentais tinham base. A partir de 3 de junho, 500 homens trabalharam por 23 dias para destruir todo o estoque, misturando o ópio com cal e sal e jogando-o no mar (foto).

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Primeira Guerra do Ópio (1839-1842) -

A destruição dos armazéns de ópio dos mercadores ordenada por Lin foi seguida por um bloqueio chinês do estuário do Rio das Pérolas (Zhu Jiang) em Hong Kong. As hostilidades se seguiram, com navios da marinha britânica atacando e destruindo vários navios de guerra chineses, que não estavam na sua melhor forma. Esta ação desencadeou a Primeira Guerra do Ópio, que eclodiu em 4 de setembro de 1839.

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Primeira Batalha de Chuenpi -

Em 3 de novembro de 1839, ocorreu o primeiro engajamento militar significativo da guerra, a Primeira Batalha de Chuenpi. Travada entre navios britânicos e chineses na entrada do estreito de Humen, a batalha começou quando o HMS Volage e o HMS Hyacinth enfrentaram sucatas de guerra chinesas que eles percebiam como sendo hostis.

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Ocupação de Hong Kong -

No ano seguinte, em outra tentativa de forçar o governo chinês a pagar reparações e permitir que o comércio continuasse, os britânicos enviaram uma expedição naval para a região e ocuparam Hong Kong. A frota então seguiu até o estuário do Rio das Pérolas.

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Primeira captura de Chusan -

A primeira captura de Chusan (Zhoushan) pelas forças britânicas ocorreu entre 5 e 6 de julho de 1840. A ilha de Chusan foi mais tarde evacuada pelos vencedores, que preferiram ir para Hong Kong (o contra-almirante George Elliot havia declarado a cessão de Hong Kong para a Grã-Bretanha após um acordo provisório com o comissário imperial chinês Qishan alguns dias antes).

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Segunda Batalha de Chuenpi -

A Segunda Batalha de Chuenpi viu forças navais britânicas e chinesas se enfrentarem no Delta do Rio das Pérolas em 7 de janeiro de 1841. O navio de ferro Nemesis destruiu dezenas de embarcações chinesas, com as tripulações inimigas derrotadas se referindo a ele como o "navio do diabo".

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Batalha de Amoy -

Travada entre as forças britânicas e as forças da dinastia Qing em Amoy (atual Xiamen) em 26 de agosto de 1841, a Batalha de Amoy resultou na destruição do carregador de pólvora da cidadela e na captura de 26 navios de guerra sucateados da China e de 128 canhões.

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Segunda captura de Chusan -

Depois de tomar Amoy, os britânicos mais uma vez invadiram Chusan. Desta vez, no entanto, encontraram forte resistência. A cidade finalmente sucumbiu às forças britânicas (muito mais fortes) em 1 de outubro de 1841.

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Batalha de Chinkiang -

A última grande batalha da Primeira Guerra do Ópio ocorreu em 21 de julho de 1842, em Chinkiang (Zhenjiang). A captura britânica desta fortaleza permitiu-lhes seguir para Nanquim.

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Tratado de Nanquim -

Após a derrota chinesa em Chinkiang, o imperador Daoguang decidiu acionar a paz e concordou em assinar o Tratado de Nanquim, que pôs fim às hostilidades, em 29 de agosto de 1842. O tratado foi o primeiro do que os chineses chamaram de tratados desiguais concedendo uma indenização à Grã-Bretanha, a abertura de cinco portos do tratado e a cessão oficial da ilha de Hong Kong. No entanto, a guerra marcou o fim do isolamento da China e, aos olhos de muitos estudiosos, o início da história chinesa moderna. Mas a paz durou pouco.

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O incidente do Arrow -

No início de outubro de 1856, as autoridades chinesas embarcaram no navio britânico Arrow enquanto ele estava atracado em Cantão, prenderam vários membros chineses da tripulação e supostamente baixaram a bandeira britânica. Oficiais britânicos em Guangzhou exigiram a libertação dos marinheiros sob as regras do Tratado de Nanquim (eles foram mais tarde libertados) e alegaram que os oficiais do império Qing haviam insultado a bandeira britânica.

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Segunda Guerra do Ópio (1856-1860) -

Alguns dias depois, em 8 de outubro, um navio de guerra britânico navegou até o estuário do Rio das Pérolas e começou a bombardear Cantão. A Segunda Guerra do Ópio tinha começado.

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Primeira Batalha de Cantão -

O Alto Comissário britânico, Lord Elgin, estava ansioso para demonstrar seu poder tomando a cidade de Cantão e queria capturar o oficial chinês Ye Mingchen, que havia resistido às tentativas britânicas de implementar o Tratado de Nanquim de 1842. Os britânicos fizeram isso em 5 de novembro de 1856. Na imagem está o plano do ataque e bombardeio da cidade.

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Esforço aliado -

A Segunda Guerra do Ópio foi diferente da primeira porque a França havia se aliado aos britânicos, motivada pelo assassinato, em fevereiro, de um missionário francês. Na verdade, a França esperava forçar concessões dos chineses em sua própria guerra comercial com Pequim. Na imagem está o desembarque de tropas aliadas na China no início do conflito.

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Batalha dos Fortes da Barreira -

Os Estados Unidos também estiveram brevemente envolvidos na Segunda Guerra do Ópio, assim como a Rússia. Enquanto a Rússia finalmente decidiu não enviar nenhuma ajuda militar, a Marinha dos EUA participou da Batalha dos Fortes da Barreira. Em novembro de 1856, as forças americanas lançaram um ataque anfíbio contra uma série de quatro fortalezas conhecidas como Fortes da Barreira perto da cidade de Cantão. Na foto está o navio USS Portsmouth, uma das várias embarcações que participaram da invasão.

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Segunda Batalha de Cantão -

Enquanto isso, as forças aliadas britânicas e francesas, comandadas pelo almirante Rigault de Genouilly, iniciaram operações militares conjuntas no final de 1857 com a captura de Cantão.

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Tratado de Tientsin -

O Tratado de Tientsin encerrou a primeira fase da Segunda Guerra do Ópio. Assinado em junho de 1858 por britânicos, franceses, russos e americanos, esses acordos abriram mais portos chineses para estrangeiros, permitiram legações estrangeiras (representações diplomáticas) na capital chinesa Pequim, consentiram a atividade missionária cristã e, o que é importante, legalizaram a importação de ópio.

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Três Batalhas dos Fortes Taku -

Porém, enquanto a tinta ainda estava secando, as hostilidades novamente eclodiram no que ficou conhecido como as Três Batalhas dos Fortes Taku. Esses violentos e sangrentos combates militares ocorreram de 1858 a 1860.

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Batalha de Zhangjiawan -

Em 1860, duas batalhas significativas ocorreram a poucos dias uma da outra. Em 18 de setembro, uma força anglo-francesa combinada, comandada por Charles Cousin-Montauban, infligiu enormes perdas ao exército chinês Qing em Zhangjiawan.

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Batalha de Palikao -

Três dias depois, em 21 de setembro, ocorreu a decisiva Batalha de Palikao (Baliqiao). A vitória anglo-francesa abriu o caminho de Pequim para os exércitos ocidentais e rapidamente levou à derrota do império Qing.

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Pequim cai -

Em um impulso final, as tropas aliadas entraram em Pequim em outubro. Apesar da cidade ter sido poupada da destruição, o palácio de verão do imperador foi queimado.

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Convenção de Pequim -

A China assinou a Convenção de Pequim em 24 de outubro para encerrar a Segunda Guerra do Ópio. Ao fazer isso, os chineses também aceitaram os termos dos tratados de Tientsin, que haviam se recusado a ratificar, e cederam a porção sul da Península de Kowloon aos britânicos.

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Legado -

À meia-noite de 1º de julho de 1997, a transferência de Hong Kong do Reino Unido para a República Popular da China aconteceu. Hoje, as ruínas do palácio de verão servem como um palco pungente para eventos musicais e culturais.

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Museu da Guerra do Ópio -

Para qualquer pessoa interessada em aprender mais sobre a história das Guerras do Ópio, o Museu da Guerra do Ópio na Cidade de Humen, Guangdong, apresenta uma exposição envolvente que narra a linha do tempo do conflito.

Fontes: (Britannica) (Asia Pacific Curriculum) (The National Archives) 

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