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Brasileiro na Coreia do Sul diz que temeu ter que deixar país após tentativa de autogolpe

À Folha, ele contou que compareceu ao protesto devido à natureza histórica da crise política que assola o país desde que Yoon promoveu uma tentativa fracassada de autogolpe, no início desta semana.

Brasileiro na Coreia do Sul diz que temeu ter que deixar país após tentativa de autogolpe
Notícias ao Minuto Brasil

19:30 - 08/12/24 por Folhapress

Mundo COREIA DO SUL-BRASIL

NELSON DE SÁ
SEUL, COREIA DO SUL (FOLHAPRESS) - Entre as dezenas de pessoas que cercavam neste sábado (7) a sede do Parlamento da Coreia do Sul na expectativa de uma votação pelo impeachment do presidente, Yoon Suk Yeol, havia um brasileiro: o pesquisador Renato Saraiva, 31, que se mudou há dez meses para a nação asiática.

 

À Folha, ele contou que compareceu ao protesto devido à natureza histórica da crise política que assola o país desde que Yoon promoveu uma tentativa fracassada de autogolpe, no início desta semana.

"Estando aqui, não podia perder. É muito importante para o futuro do país, para a democracia. Foi muito grave o que aconteceu", disse Saraiva, que é gaúcho.

Ele acrescentou que ficou "sinceramente em choque" quando soube que Yoon havia declarado lei marcial, na primeira vez em que uma medida do tipo foi tomada desde o fim da ditadura do país, em 1987.

"Pensei assim: 'Meu Deus, será que eu vou ter que voltar para o Brasil?'. A gente não sabia o que ia acontecer. Acabou mais rápido do que a gente esperava, mas foi um grande susto."

O texto suspendia atividades políticas e liberdades civis e levou militares às ruas de Seul, que chegaram a invadir o Parlamento, mas recuaram. Manifestantes se voltaram contra a decisão, e horas depois Yoon desistiu ante a rejeição do Legislativo.

A medida que ele havia promulgado tinha o objetivo de anular politicamente a oposição, com quem Yoon vive sob atrito desde que venceu em 2022 por margem apertada. Impopular e alvo de acusações de corrupção, o presidente perdeu as eleições legislativas em abril deste ano e governa sem maioria no Parlamento.

Embora a votação de impeachment deste sábado tenha sido desmobilizada, Saraiva, como muitos dos coreanos, disse acreditar que a pressão popular contra Yool não cederá tão facilmente.

"Vamos ver como o governo consegue segurar. A reação da população é muito forte. Fica difícil para os parlamentares", completou.

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