Frio em Gaza já matou 6 bebês, entre os quais gêmeos. "Vida é um inferno"
Sila morreu com vinte dias, depois de a mãe ter reparado que ela "não se mexia". Em tendas degradadas, deslocados palestinianos tentam fugir aos bombardeamentos e acabam por morrer devido às condições meteorológicas. Seis bebês morreram em Gaza numa semana.
© Robert Gauthier/Los Angeles Times via Getty Images
Mundo Médio Oriente
As condições precárias e o frio intenso em Gaza resultaram na morte de seis bebês na última semana, informou a publicação Al Jazeera. As vítimas, incluindo dois irmãos com apenas um mês de vida, morreram de hipotermia. Um dos bebês faleceu em um hospital, enquanto o outro morreu em uma tenda. O pai relatou que a cabeça de um dos filhos estava "fria como o gelo".
O governo de Gaza destacou que o "frio intenso e a geada" estão agravando a situação nos campos de deslocados. Além das crianças, um trabalhador da saúde também faleceu devido às condições climáticas extremas. Um jornalista da Al Jazeera descreveu a situação como desoladora, com famílias vivendo em tendas improvisadas há mais de um ano, sem acesso a materiais básicos para se protegerem do frio.
A crise humanitária ocorre em meio à continuidade dos ataques israelenses a Gaza, incluindo alvos como hospitais. Desde o início do conflito, em outubro de 2023, mais de 45.500 palestinos foram mortos, a maioria civis, de acordo com dados do Ministério da Saúde de Gaza, corroborados pela ONU.
Relatos de famílias locais revelam o impacto devastador da guerra e das condições climáticas. Em al-Mawasi, uma mãe descreveu a perda de sua filha de 20 dias devido ao frio extremo, enquanto o pai lamentou a situação insuportável causada pela guerra e pela pobreza. "Nossa vida é um inferno", declarou.
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