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Irmão de atacante de Nova Orleans já falou com FBI e está "em choque"

O irmão mais novo do suspeito do ataque em Nova Orleans que marcou o Ano Novo diz que "não parece real". À imprensa norte-americana afirma que o irmão mudou de comportamento, mas que nunca se previu que ele estivesse radicalizado. Autoridades já confirmaram apoio do suspeito, de 37 anos, ao Daesh.

Irmão de atacante de Nova Orleans já falou com FBI e está "em choque"
Notícias ao Minuto Brasil

14:45 - 03/01/25 por Notícias ao Minuto Brasil

Mundo Nova Orleães

O irmão do suspeito do ataque em Nova Orleans, que até o momento deixou 14 mortos e dezenas de feridos, afirmou estar em "choque" com a tragédia ocorrida no dia de Ano Novo.

 

"A situação pegou todos de surpresa", disse Abdur-Rahim Jabbar à CBS News, acrescentando que seu irmão sempre foi ligado à religião, mas que nunca imaginou que ele pudesse se radicalizar.

Abdur-Rahim, de 24 anos, explicou que ele e o irmão, Shamsud-Din Jabbar, de 42 anos, nunca foram muito próximos devido à diferença de idade, mas se reaproximaram em 2023, quando tiveram que cuidar do pai, que sofreu um acidente vascular cerebral.

Segundo ele, Shamsud-Din, que também morreu no ataque, havia passado recentemente por um terceiro divórcio. Ao longo da vida, o suspeito sempre defendeu a importância de manter o casamento unido. Abdur-Rahim afirmou ainda que o irmão disse ter abandonado "hábitos" como o consumo de álcool, drogas e sexo fora do casamento.

"Ele era muçulmano praticante desde criança, mas acho que, em algum momento da vida, se afastou da religião e depois voltou a ela", explicou Abdur-Rahim, destacando que nunca viu sinais de radicalização e que toda a família está em choque.

O irmão também revelou que já foi ouvido pelo FBI, que está investigando o caso e acredita em uma ligação com o autoproclamado Estado Islâmico (Daesh), iniciada antes do verão de 2024, conforme informado em uma coletiva de imprensa na última quinta-feira.

Abdur-Rahim relatou mudanças no comportamento de Shamsud-Din nos últimos meses. Ele adotou roupas mais modestas e removeu tatuagens do corpo. "Nada disso parece real, mas a cada momento que jornalistas, o FBI ou qualquer outra pessoa me procuram, isso se torna mais concreto", disse Abdur-Rahim. "Não consigo imaginar o que as famílias das vítimas estão passando. Tenho certeza de que estão sofrendo tanto quanto eu e minha família."

Shamsud-Din Jabbar avançou com um carro em uma área movimentada de Nova Orleans, no estado da Louisiana, na madrugada do Ano Novo, deixando pelo menos 14 mortos e dezenas de feridos.

Em uma coletiva, o FBI confirmou as ligações do suspeito com o Daesh, mas afirmou que ainda não há provas de envolvimento de outras pessoas. No entanto, a investigação continua, com mais de mil agentes analisando imagens de videovigilância e rastreando possíveis cúmplices em outros estados.

Nas redes sociais, Shamsud-Din deixou mensagens de apoio ao Daesh e chegou a declarar que havia planejado ferir sua própria família, mas desistiu ao perceber que a repercussão não destacaria a "guerra entre crentes e não-crentes".

Entre as vítimas fatais está um lusodescendente. Matthew Tenedório, de 25 anos, era neto e filho de imigrantes de Vila Nova de Cerveira, em Portugal.

As autoridades descartaram qualquer ligação entre este ataque e outro ocorrido quase simultaneamente no Hotel Internacional Trump, em Las Vegas, Nevada. Nesse incidente, um militar de 37 anos morreu após disparar contra si mesmo. O carro em que estava, um Tesla Cybertruck, explodiu devido à presença de foguetes em seu interior, deixando sete pessoas levemente feridas. Segundo familiares, o homem havia sido deixado pela esposa durante o Natal e, antes de morrer, contatou ex-namoradas e um tio, que o descreveu como "patriota" e admirador de Donald Trump.

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