Venezuela recusa receber ajuda humanitária internacional
Embaixador do país na OEA classificou como "intervencionista" a proposta de auxílio na provisão de medicamentos
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Mundo Crise
A Venezuela recusou, nesta segunda-feira (13), a possibilidade de receber ajuda humanitária em medicamentos, com a justificativa de queas razões que levaram à crise na área da saúde são a queda dos preços do petróleo e as pressões de "forças internacionais".
"Acreditamos na ajuda humanitária, mas é diferente usá-la na situaçãoem que se está usando, que esconde um desejo intervencionista inaceitável", disse o embaixador da Venezuela na Organização dos Estados Americanos (OEA), Bernardo Alvaréz.
Álvarez participa da 46ª Assembleia Geral da Organização de Estados Americanos (OEA), que ocorre na República Dominicana.
Segundo o representante da Venezuela na OEA "se há um país que nos últimos anos fez esforços gigantes para garantir um serviço de saúde ótimo, foi a Venezuela", tendo Caracas estabelecido "uma série de políticas de inclusão" nesse sentido.
A delcaração foi dada pouco depois de Adolfo Flores Padrón, um venezuelano de 25 anos que estava da reunião, pedir a intervenção da OEA para que o governo da Venezuela instalasse uma via humanitária para a entrega de medicamentos.
"A situação na Venezuela é grave e nós estamos aqui para denunciar e acionar os alarmes da comunidade internacional (...), não estamos pedindo a intervenção de nenhum Estado estrangeiro", disse Padrón.
A OEA incluiu hoje a crise na Venezuela na agenda oficial da reunião, que termina na quarta-feira (15).
O debate antecede uma reunião do Conselho Permanente da OEA, prevista para 23 de junho, na sequência do pedido feito recentemente pelo secretário-geral daquele organismo, Luís Almagro, para ativar a Carta Democrática Interamericana para a Venezuela.
São cada vez mais frequentes as queixas de venezuelanos para conseguir, no mercado local, produtos básicos como farinha de milho, café, açúcar, leite, manteiga, óleo, feijão e outros grãos, massa e arroz, entre outros.
Quando chegam aos supermercados, os produtos são vendidos antes mesmo de serem postos nas prateleiras.
Cada vez mais comuns são, também, as filas de pessoas nos supermercados, num país onde a inflação ronda os 200%.
Por outro lado, fontes médicas afirmam que a falta de medicamentos e de materiais médicos básicos chega aos 80%, afetando diversos tipos de pacientes, entre eles hipertensos e diabéticos.