Supermercados da Venezuela limitam venda a clientes registrados

Comerciantes acreditam que a apresentação de um cartão dos Clap pode ajudar a solucionar a falta de abastecimento e a revenda ilegal de produtos

© Lusa

Mundo Crise 10/07/16 POR Notícias Ao Minuto

Os supermercados de Caracas, na Venezuela, estão exigindo aos clientes que apresentem um cartão de inscrição nos conselhos comunais da zona ou nos recém-criados Comitês Locais de Abastecimento e Produção (Clap), para poderem comprar produtos básicos que são escassos no mercado venezuelano.

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"Cada vez que nos chegam produtos básicos, há centenas de pessoas fazendo fila para comprar, mas muitas delas não sabemos quem são. A ideia é impedir que quem viva em outra zona compre as coisas que são para os clientes que vivem na nossa área", explicou o administrador de um supermercado à agência de notícias Lusa.

Segundo João Ferreira, "há produtos que são muito procurados e que são escassos no mercado local, como a farinha de milho, o óleo, o açúcar, o arroz e a massa, que chegam em caminhões protegidos pela Guarda Nacional (polícia militar) e, muitas vezes, as pessoas que sabemos que vivem na zona ficam sem nada".

O processo para "conseguir a acreditação é fácil", basta ir aos conselhos comunais e aos Clap, "levar um documento de identificação, o comprovante de endereço fiscal ou uma conta de um serviço público com o endereço da pessoa", explicou Ferreira.

Os comerciantes acreditam que a apresentação de um cartão dos Clap pode ajudar a solucionar a falta de abastecimento e a revenda ilegal de produtos, principalmente nos supermercados onde as autoridades ainda não instalaram um sistema de identificação biométrico, que limita a quantidade de produtos que é vendida semanalmente a um cliente. As grandes redes já possuem este controle e, mesmo sendo de diferentes empresas, estão interligadas e quem comprar arroz ou outro produto em uma cadeia está impedido de comprar o mesmo produto em outra.

Mas alguns cidadãos reclamam que estão tendo dificuldades para fazer a inscrição e dizem temer que mais tarde os seus dados possam ser usados com fins políticos.

"Na minha zona (Los Cedros), é apenas às terças-feiras, das 17h às 19h horas, que fazem as inscrições. Eu trabalho longe não posso estar aí a essa hora", disse Diamela Castellanos à agência de notícias Lusa, mostrando-se preocupada porque tem que mais um contratempo: vive em um prédio alugado e os serviços públicos estão no nome da proprietária do imóvel.

Uma fonte do conselho comunal local explicou que nesses casos a proprietária do imóvel pode enviar uma carta explicando a situação e o cadastro é então emitido.

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