MP da Argentina aponta divergência em declaração de bens de Macri
No informe do Ministério Público, no entanto, consta que as diferenças dos sistemas foram consideradas e que, mesmo assim, há discrepâncias
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As declarações de bens de 2014 do presidente da Argentina, Mauricio Macri, entregues a diferentes órgãos públicos são inconsistentes e contraditórias, segundo documento encaminhado pelo Ministério Público à Justiça ao qual o jornal "La Nación" teve acesso.
À Prefeitura de Buenos Aires, por exemplo, o mandatário não informou possuir uma conta na Suíça que foi citada na documentação entregue ao Departamento Anticorrupção.
Também há uma diferença nos valores das ações. Em uma das declarações elas equivalem a 27,5 milhões de pesos (R$ 6 milhões) e em outra a 13 centavos de peso (R$ 0,02).
O contador do presidente, Mauricio Szmulewiez, disse ao "La Nación" que as divergências ocorrem porque os sistemas de preenchimento de dados da prefeitura e do departamento são distintos.
No informe do Ministério Público, no entanto, consta que as diferenças dos sistemas foram consideradas e que, mesmo assim, há discrepâncias.
"As declarações patrimoniais juramentadas [entregues pelo presidente] ao Departamento Anticorrupção e à cidade de Buenos Aires apresentam, em alguns itens, conceitos e valores diferentes", afirma o Ministério Público.
Em maio, quando a declaração do dirigente de 2015 tornou-se pública, Macri já havia sido questionado por ter apresentado um patrimônio 108% maior que o de 2014. À época, a Casa Rosada também informou que os diferentes sistemas operacionais causavam a divergência.
O chefe de Estado é investigado por ter seu nome citado em documentos como sendo diretor de empresas instaladas em paraísos fiscais. Macri afirma que as offshores são de sua família, mas que ele nunca recebeu delas salários nem dividendos delas. Com informações da Folhapress.