Dois meses após terremoto, Itália começa a se reerguer
Muitos dos socorristas que atuaram no salvamento da tragédia disseram que tratou-se de uma devastação
© Reuters
Mundo Ré
Na madrugada do dia 24 de agosto deste ano, um terremoto de 6 graus de magnitude na escala Richter devastou as regiões centrais da Itália atingindo principalmente as cidades de Amatrice, Accumoli e o distrito de Pescara del Tronto, na pequena Arquata del Tronto, e causando a morte de 298 pessoas.
Há exatamente dois meses da tragédia, que para muitos dos socorristas que atuaram no salvamento tratou-se de uma devastação "pior do que a de Áquila [2009]", o dia começou com uma série de pequenos tremores no norte da região de Lazio, próximo a Amatrice, a cidade mais afetada pelo terremoto, e com um sismo de 2,9 graus registrado com epicentro em Gubbio, em Perugia. Felizmente, nenhuma pessoa ficou ferida e nenhuma estrutura sofreu danos nos municípios.
Além disso, esta segunda-feira (24) também começou com as autoridades e os habitantes das cidades atingidas mais esperançosos e focados na reconstrução das casas, prédios públicos e atrações turísticas, artísticas e históricas da região como uma forma de voltar à rotina.
Nesse sentido, o comissário extraordinário do governo italiano para a reconstrução, Vasco Errani, deu boas notícias. Em entrevista ao programa de rádio "Voci del Mattino", da emissora "Radio1 Rai", o italiano comentou sobre o estágio adiantado das obras.
"Nós indicamos a primavera [europeia] como prazo de término para a entrega das casas aos sobreviventes do terremoto, mas estamos trabalhando para que seja possível uma aceleração. Nós não excluímos a possibilidade de que a entrega possa ser antecipada em relação às previsões", disse Errani.
"Estamos falando de casas de qualidade, não de contêineres. O prazo para a sua disponibilidade está ligado, em primeiro lugar, à entrega das áreas para a sua construção e à definição dos números e dos núcleos familiares que viverão nelas. Não é um trabalho simples o que estamos fazendo junto às cidades e aos prefeitos, [estamos] procurando acelerar o máximo possível", explicou o comissário.
"Nós dizemos que, até o momento, não existem datas definidas, [por isso] o prazo final continuará aquele da primavera. Quero relembrar que são pouquíssimas as pessoas que ainda se encontram nas tendas. Acredito que conseguir fechar os campos de tendas em dois meses é um resultado muito importante", ressaltou Errani à rádio".
Sobre o patrimônio cultural perdido nas cidades devido ao terremoto, o italiano afirmou que "a escolha fundamental é reconstruir, recuperar e melhorar 'sismicamente' todo o patrimônio artístico, os bens culturais, as igrejas e os locais de culto".
"É uma escolha desafiadora por que desde o primeiro cálculo feito são mais de 1,5 mil as igrejas prejudicadas por este tremor. Será constituída uma superintendência especial que trabalhará com objetivos e prazos 'rápidos' para recuperar estes bens por que recuperá-los é uma escolha imprescindível para a identidade destes territórios", concluiu Errani.
Mais cedo neste mês, o governo italiano aprovou um decreto emergencial de reconstrução com a liberação de uma cifra de 200 milhões de euros e outas medidas que atingem um total de 300 milhões de euros", afirmou o subsecretário Claudio Di Vicenti. O representante também disse anteriormente que para a reconstrução será liberada "uma cifra notavelmente mais consistente", estimada em cerca de 3,5 bilhões de euros para construções privadas e para mais 1 bilhão para os prédios públicos.
No entanto, não é apenas o governo que está pensando na renda necessária para a reconstrução. Várias iniciativas e projetos estão arrecadando dinheiro para esse fim, como o a quarta "loteria do Papa", cujos bilhetes ajudarão os sobreviventes do terremoto. (ANSA)
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