'O Chacal' distribui beijos e ironias em audiência
Réu também exaltou a democracia na Venezuela em relação a França
© Jacky Naegelen / Reuters
Mundo Terrorismo
O julgamento do venezuelano Ilich Ramírez Sánchez, conhecido como Carlos, “O Chacal”, começou nesta segunda-feira (13), em Paris. Ele é acusado pela explosão de um restaurante na capital francesa em 1974, que matou duas pessoas e deixou outras 34 feridas. O réu já foi condenado à prisão perpétua outras duas vezes e agora pode ser condenado pela terceira vez.
O Chacal entrou na sala de audiências sorridente e distribuindo beijos, primeiro à sua advogada e esposa, Isabelle Coutant-Peyre, e depois aos jornalistas. Ele se apresentou aos juízes como um "revolucionário de profissão", segundo divulgado pela agência "AFP".
Quando questionado pelo presidente do tribunal sobre a sua idade, o réu respondeu ironicamente: "tenho 17 anos, mais ou menos 50".
Por detrás de um vidro blindado, Carlos afirmou diversas vezes que há "falta de democracia na França", diferente do seu país de origem, a Venezuela, onde, segundo ele, existe "com a revolução bolivariana, uma verdadeira democracia participativa".
A defesa de Carlos questionou a relevância do julgamento: "que interesse tem realizar esse julgamento tantos anos depois dos feitos? É algo extravagante", disse Isabelle. A advogada lembrou também que o seu cliente nega os crimes, principalmente os "assassinatos com relação com uma empresa terrorista".
Em uma entrevista publicada pela revista Al-Watan Al-Arabi em 1979, Carlos teria dito que lançou a granada na loja, mas depois negou ter dado a entrevista.
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