Jerusalém redobra segurança antes de 'Superpáscoa'
Além de 400 câmeras do circuito interno, balões de segurança com filmadoras sobrevoam a área
© Ammar Awad / Reuters
Mundo Celebração
Além de 400 câmeras do circuito interno, balões de segurança com filmadoras sobrevoam a pequena área onde, segundo a Bíblia, Jesus Cristo deu seus últimos passos há quase 2.000 anos. Na Cidade Velha de Jerusalém, 3.500 policiais - quase o dobro do ano passado - patrulham ruas, mercados e casas dentro e fora das muralhas.
Enquanto procissões lotam a Via Dolorosa, as autoridades se empenham em assegurar uma Semana Santa pacífica aos cerca de 300 mil turistas que chegaram a Israel no mês da Páscoa.
Além da patrulha na Cidade Velha, onde ficam os principais pontos sagrados para cristãos, judeus e muçulmanos (a Igreja do Santo Sepulcro, o Muro das Lamentações e a Mesquita de al-Aqsa, por exemplo), oficiais ocupam os bairros árabes (Jerusalém Oriental), onde vivem cerca de 40% dos habitantes.
Em Wadi al-Joz, por exemplo, policiais armados estão em várias esquinas, sob olhares pouco amigáveis dos moradores, e em carros, afugentando jovens que perambulam para evitar aglomerações perto dos pontos turísticos.Israel também fechou a fronteira com o Egito, passo inédito, por causa de alertas de atentados iminentes do Estado Islâmico contra israelenses na Península do Sinai.
Como é praxe em feriados, os postos de fronteira entre Israel e os territórios palestinos (Cisjordânia e Faixa de Gaza) foram interditados.
SUPERPÁSCOA
A preocupação é elevada porque, nesta Páscoa, Jerusalém deve receber 15% a mais de visitantes.Motivo: a Semana Santa cristã coincide com a Páscoa judaica (Pessach), que dura oito dias.
Fora isso, todas as vertentes cristãs, incluindo gregos-ortodoxos, celebram a Páscoa juntas (a próxima vez que isso ocorrerá será em 2025, pois os ortodoxos usam um calendário diferente).Outra atração para peregrinos cristãos é a renovação da Edícula, a 14ª, última e mais importante estação da Via Dolorosa, que foi reaberta ao público no dia 23 de março.
A construção na Igreja do Santo Sepulcro é o local onde está o túmulo que teria sido, diz a tradição, de Jesus. "Pela primeira vez em 200 anos, as três principais igrejas -ortodoxa, franciscana e armênia- renovam o túmulo sagrado", disse o porta-voz do Patriarca Ortodoxo de Jerusalém, Issa Musleh, sobre a obra que consumiu dois anos e US$ 3 milhões.
O receio de atentados também é econômico. A peregrinação cristã traz 53% do turismo em Israel. Afugentar devotos é condenar a indústria turística. Em geral, o número de visitantes bate recordes, mas tudo pode mudar se atentados maiores ou conflitos armados sacodem o país.
"Em janeiro e fevereiro, vieram 22% de turistas a mais do que nos mesmos meses de 2016. Além dos mercados tradicionais, também entraram na estatística chineses e indianos", diz Uri Sharon, especialista em história cristã do Ministério do Turismo.
Para a guia Miri Henis, 61, que vive em Israel há quatro décadas, a Terra Santa é mais segura do que sua cidade natal, o Rio. "Jerusalém é complicada em segurança. Muita gente acha que aqui corre sangue nas ruas. Mas Israel é mais segura do que a [rua] Barata Ribeiro, no Rio de Janeiro. Sou carioca, posso falar." Com informações da Folhapress.
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