Incêndio em Portugal: parte das vítimas fatais eram turistas
Pelo menos 62 pessoas morreram e 62 pessoas ficaram feridas
© REUTERS/Rafael Marchante
Mundo Tragédia
A vice-presidente da Câmara de Castanheira de Pera afirmou hoje que parte dos mortos que estavam nos carros na estrada que liga a vila ao Itinerário Complementar 8 (IC8) eram turistas que tinham ido à praia fluvial das Rocas.
"É uma tragédia que temo que se repita", disse à Lusa Ana Paula Neves, que se mostrou preocupada com a situação da vila, isolada há várias horas e sem qualquer tipo de comunicações ativas.
"Estamos aqui sozinhos e está tudo ardendo", desabafou, visivelmente emocionada, com críticas à atuação dos bombeiros.
"Estamos isolados e desaloiados", disse, salientando que, durante o dia, não viu qualquer meio aéreo operando naquele concelho do distrito de Leiria.
O presidente da direção dos Bombeiros de Castanheira de Pera concorda e vai mais longe: "se não fossem os castanheirenses ainda sobrava menos", disse Baltazar Lopes, responsável de uma corporação que conta com 65 voluntários num dos concelhos mais pequenos do país.
"Mas não interessa os meios, o fogo como estava não dava para aguentar", disse.
Durante a tarde, os moradores nas aldeias do Torgal, Vilar e Fontosa foram retirados das suas habitações e estão a ser acolhidos em instalações da misericórdia local, explicou a vice-presidente da Câmara.
Na vila, antigo centro fabril da indústria dos lanifícios, viam-se poucas pessoas nas ruas.
"Estamos todos vendo o que isto vai dar. Quem tem família nas aldeias foi lá buscá-las para a cidade e os outros ficam aqui a ver o que vai acontecer", explicou.
O quartel dos bombeiros é o local com mais movimento, chegando dezenas de caixas com alimentos.