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Papa critica 'excesso' de desigualdades sociais na América Latina

Pontífice pediu que 'cultura do diálogo' permaneça no continente

Papa critica 'excesso' de desigualdades 
sociais na América Latina
Notícias ao Minuto Brasil

09:42 - 30/06/17 por Ansa

Mundo Vaticano

O papa Francisco falou sobre a situação da América Latina nesta sexta-feira (30) durante uma audiência pelo 50º aniversário do Instituto Ítalo-Latino Americano (Iila) e criticou o "excesso de desigualdades" que existem no continente.   

Segundo o Pontífice, a "atual crise econômica e social atingiu a população e produziu um aumento da pobreza, do desemprego, das desigualdades sociais assim como a exploração e o abuso de nossa 'casa comum' [o meio-ambiente]".   

"Perante essa situação, há a necessidade de uma análise que leve em conta a realidade concreta das pessoas, a realidade de nosso povo. Isso ajudará a perceber quais são as necessidades reais que existem, bem como perceber a riqueza que cada pessoa tem e que cada povo leva consigo", disse aos membros do Iila.   

O Papa argentino destacou que o continente latino-americano tem países com "riqueza de histórias, cultura e recursos naturais" e disse que as populações locais são formadas por "pessoas boas e solidárias com outros povos".   

Citando as recentes tragédias naturais que atingiram, por exemplo, a Colômbia e o Chile, Francisco ressaltou que os latino-americanos "deram um exemplo a toda a comunidade internacional" na solidariedade demonstrada nesses momentos e que isso deve ser "apreciado e potencializado".   

No entanto, ele fez um apelo para que a "cultura do diálogo", um dos temas de seu Pontificado, seja usada para resolver as graves crises que atingem as nações locais e criticou a corrupção existente.   

"Alguns países estão atravessando momentos difíceis em níveis políticos, sociais e econômicos. Os cidadãos que têm menos recursos são os primeiros a perceber a corrupção que existe em diversos estratos sociais e a má distribuição das riquezas. Mas, a promoção do diálogo político é essencial", acrescentou o sucessor de Bento XVI.   

Jorge Mario Bergoglio ainda pediu que esse diálogo não seja "entre pessoas surdas", que só queiram falar e não ouçam o que os outros tem a oferecer para o crescimento de todos. "É uma troca de confiança recíproca, que sabe que do outro lado há um irmão com a mão estendida para ajudar, que deseja o bem para ambos e quer reforçar as ligações de amizade e fraternidade para progredir nos caminhos da justiça e da paz", disse.   

O líder católico ainda falou sobre a emigrações e pediu que as pessoas que vivem esse "drama" tenham seus direitos respeitados por todos.   

"A emigração sempre existiu, mas nos últimos anos aumentou de uma maneira nunca vista antes. A nossa gente, impulsionada pelas necessidades, vai em busca de 'novos oásis', onde pode encontrar mais estabilidade e um trabalho que garanta dignidade. Mas, nessa busca, muitas pessoas sofrem violações dos próprios direitos", afirmou. (ANSA)

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