EUA voltam a provocar China com venda de armas para Taiwan
A negociação, anunciada pela Departamento de Estado dos EUA, foi a primeira firmada pela administração Trump com o país asiático
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Mundo Crítica
A aprovação da venda de armas pelos Estados Unidos a Taiwan, por US$ 1,4 bilhões nesta quinta-feira, voltou a causar irritação ao governo chinês e expôs o quão dúbia pode ser a política do presidente norte-americano Donald Trump.
A negociação, anunciada pela Departamento de Estado dos EUA, foi a primeira firmada pela administração Trump com Taiwan, de acordo com reportagem do jornal britânico The Guardian.
O acordo prevê a venda de armamentos norte-americanos que incluiriam desde suporte técnico para radares, até mísseis antiaéreos, torpedos e outros sistemas.
Pequim não demorou a reagir ao negócio. O embaixador chinês nos EUA, Cui Tiankai, declarou que já apresentou as suas críticas ao governo norte-americano.
Em declarações reproduzidas pela Agência Reuters, Tiankai disse que “todas essas ações – as sanções contra companhias chinesas e em especial a venda de armas para Taiwan – minam a confiançaa mútua entre os dois países e contradizem o espírito do encontro”, em referência à reunião entre Trump e o presidente chinês Xi Jinping, em abril, no estado americano da Flórida.
As críticas não pararam aí. O porta-voz da Chancelaria chinesa, Lu Kang, disse que o país reclamou oficialmente junto à Casa Branca, afirmando ainda que tanto Pequim quanto Washington concordam que Taiwan é “parte integrante” da China.
Assim, a venda de armas dos EUA a Taipei representa uma “grave violação do direito internacional e dos princípios básicos das relações internacionais”, pedindo ainda que a Casa Branca evite influir “negativamente” na relação entre os dois países em outras áreas, de acordo com declarações citadas pela RIA Novosti.
A China considera Taiwan uma província rebelde e, desde 1979, os EUA reconhecem que Taiwan é parte do território chinês. A política bilateral entre Washington e Pequim se pauta por protocolos conhecidos como a política de uma só China.
Foi o segundo momento de irritação de Pequim com o governo Trump. No início da semana, os chineses foram rebaixados em um ranking produzido pelo Departamento de Estado dos EUA, o qual trata do trabalho escravo no mundo.
Em tempos de fortes tensões na Ásia – notoriamente em razão do programa nuclear da Coreia do Norte e as disputas territoriais no mar da China –, a relação com os chineses é vista como primordial na política externa dos EUA.
Resta saber se haverá impactos significativos nas relações entre os dois países após os dois episódios desta semana. Com informações do Sputnik Brasil.
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