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Com plebiscito, oposição mede forças com Nicolás Maduro na Venezuela

Com plebiscito, oposição mede forças com Nicolás Maduro na Venezuela

Com plebiscito, oposição mede forças com Nicolás Maduro na Venezuela
Notícias ao Minuto Brasil

20:47 - 15/07/17 por Folhapress

Mundo Assembleia

A oposição ao presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, tentará, com o plebiscito deste domingo (16), transformar em votos a rejeição popular mostrada nos protestos à Assembleia Constituinte convocada pelo chavista.

Além de opinarem sobre a troca da Carta, os venezuelanos responderão a outras duas perguntas. A primeira é se as Forças Armadas e os funcionários públicos devem ser obrigados a obedecer e defender a atual Constituição e a Assembleia Nacional, dominada pela oposição.Deverão escolher também se defendem ou não novas eleições "livres e transparentes" e "um governo de unidade nacional para restituir a ordem constitucional".

Um dos principais líderes da oposição, o ex-presidenciável Henrique Capriles estimou nesta sexta-feira (14) que 11 milhões deverão votar, ou 55% de todos os eleitores.

O presidente do Instituto Datanálisis, Luis Vicente León, se recusou a dar estimativas, mas considera que um alto comparecimento deverá pressionar mais o governo.

"Pode não evitar a eleição da Constituinte, mas pode fazer Maduro postergar a ativação da assembleia para tentar um diálogo informal com a oposição", disse à Folha de S.Paulo.

León afirma, porém, que os números reais de votantes não deverão ser conhecidos devido às condições do plebiscito. A coalizão opositora Mesa de Unidade Democrática (MUD) não teve acesso à relação dos eleitores.

A lista é feita pelo Conselho Nacional Eleitoral, dominado por chavistas e que considerou a consulta ilegal. O órgão convocou para o domingo uma simulação da votação da Constituinte do dia 30.

Não há também seções definidas, motivo pelo qual a própria MUD admite a possibilidade de que os eleitores votem mais de uma vez. "Faz parte da consciência cívica de cada um que não o faça", disse o dirigente da coalizão Negal Morales na terça (11).

Para o diretor da ONG Transparência Eleitoral, Leandro Querido, o plebiscito é mais um fato político, em que a oposição canaliza a insatisfação dos venezuelanos, que uma eleição formal.

"Claro que do ponto de vista da regularidade técnica deixa muito a desejar, mas não se pode pedir muito quando praticamente já não há mais Estado na Venezuela."Luis Vicente León avalia que, tanto no plebiscito quanto da votação da Assembleia Constituinte, o que vale é a força de cada lado. "O mais importante são os símbolos."

A consulta será realizada em 3.000 seções na Venezuela e em 86 países, incluindo o Brasil.

Desde o início dos protestos, líderes internacionais dão seu apoio à oposição. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, defendeu a participação no plebiscito "para marcar o caminho de retorno à democracia".

O Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU pediu que o governo "respeite o direito de quem quer votar". Horas depois, coletivos (milícias chavistas) ameaçaram atacar centros de votação.

Maduro não falou sobre a consulta, mas seus aliados fizeram duras críticas. O número dois do chavismo, Diosdado Cabello, a comparou com a votação convocada por Augusto Pinochet em 1988 para permanecer no poder.

Na ocasião, porém, os eleitores impuseram uma derrota ao ditador, levando à transição democrática no Chile.

ANTÍTESE

Vista por Maduro como o caminho para a paz, a troca da Carta teve o efeito oposto. O anúncio, em 1º de maio, inflou as manifestações, que se tornaram mais violentas. De 29 mortos chegou-se a 95.

A oposição chama a Constituinte de fraude, especialmente porque um terço das cadeiras será de membros de associações pró-governo.

O presidente só cedeu ante críticas dos próprios chavistas. Os dissidentes alegam que a Constituinte viola o legado de Hugo Chávez (1954-2013) e que sua convocação não foi levada a referendo.

Entre eles está a procuradora-geral, Luisa Ortega Díaz, alvo de ações judiciais que devem levar a sua destituição. Ela e o marido, Germán Ferrer, votarão, mas só na primeira pergunta –para eles, as outras aprofundam a crise.

PLEBISCITO DA OPOSIÇÃO VENEZUELANA

Veja onde os cidadãos do país caribenho poderão votar no Brasil

São Paulo

Matilha Cultural - rua Rêgo Freitas, 542 - República

Rio de Janeiro

Quiosque Oke Ka Baiana Tem - av. Epitácio Pessoa, 3.000 - Lagoa

Brasília

Parque da Cidade - Estacionamento 10

Curitiba

rua Heitor de Andrade, 209 - Jardim das Américas

Porto Alegre

Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio Grande do SulPraça Marechal Deodoro, s/nº, 3º andar, sala 306 - Centro

Goiânia

Restaurante Cachapa - av. T-03, 24.556 - Setor Bueno

Salvador

Pão Express Vilas - Praia de Itapuã, 1465

Recife

Restaurantes Arepas y del Caribe - rua Vicência, 50 - Pina

Belém

Medeiros & Amorim Advogados - Cidade Nova 5, WE64, 972

Manaus

Igreja Nossa Senhora dos Remédios - rua Leovegildo Coêlho, 237 - Centro

Boa Vista

Supermercado Goiana - via das Flores, 2.166 - Picumã

Praça das Águas - Centro

Praça Mané Garrincha - Tancredo Neves

Com informações da Folhapress. 

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