Após fim do conflito, necrotérios de Mosul permanecem lotados
Maioria dos corpos seria de vítimas de ataques aéreos realizados para remoção de militantes
© REUTERS/Ari Jalal
Mundo Vítima
O movimento no necrotério de Mosul, no Iraque, para onde os corpos das vítimas da guerra contra o Estado Islâmico são levados, é tamanho que os refrigeradores já estão quase cheios. A lotação faz com que os corpos demorem para ser identificados e enterrados, piorando ainda mais a situação.
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O conflito que durou longos nove meses acabou, mas a identificação dos mortos está apenas começando. "Muito sangue foi derramado", disse à "Reuters" um funcionário do necrotério, que pediu para não ser identificado. "O Iraque costumava ter dois rios: o Tigre e o Eufrates. Agora nós temos um terceiro: o rio de sangue", lamentou.
O número de mortos pode nunca ser conhecido. Segundo os funcionários dos necrotérios, chegam de 30 a 40 corpos por dia. A maioria foi vítima de ataques aéreos para remoção de militantes.
"Os números são mais altos do que nós esperávamos", revelou o médico Modhar al-Omary, chefe do necrotério no leste de Mosul. "Nós continuamos esperando que o fluxo diminua, mas até agora não diminuiu", concluiu.