Dois jornalistas são mortos em dois dias nas Filipinas
'Não é por serem jornalistas que estão livres de serem assassinados', disse Duterte pouco antes de assumir o cargo
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Mundo Imprensa
O locutor de rádio Rudy Alicaway e o cronista Leo Díaz foram o terceiro e o quarto jornalistas mortos nas Filipinas desde a eleição, em 2016, do presidente Rodrigo Duterte, muito criticado pela imprensa. A informação foi fornecida pelo secretário-geral da União Nacional de Jornalistas das Filipinas, Dabet Panelo.
Nos dois casos, as vítimas seguiam de moto e foram atingidas nas costas por um tiro de pessoas que se aproximaram também em motos.
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Ambos os assassinatos ocorreram em Mindanao, no sul das Filipinas, onde são registradas as presenças de militantes islâmicos, guerrilheiros comunistas e senhores de guerra.
Leon Díaz, de 60 anos, foi morto nesta segunda-feira (7) na cidade President Quirino. Ele era correspondente do tabloide "Balita News" e autor de crônicas para um jornal local, escrevendo sobretudo sobre corrupção, jogo ilegal e droga, segundo o consultor do jornal "Fort Yerro".
Já Rudy Alicaway foi assassinado neste domingo (6), na cidade de Molave. Ele animava uma emissão semanal na rádio "DXPB", mas não cobria assuntos controversos, segundo o diretor dessa rádio pública, Rocel Navarro.
Um estudo da Federação Internacional de Jornalistas (FIJ) de 2016 indicava que 146 jornalistas foram mortos nas Filipinas entre 1990 e 2015 e classificava o país como o segundo mais perigoso do mundo para a imprensa, depois do Iraque.
A imprensa filipina tem sido particularmente crítica do presidente Duterte, em especial da sua "guerra contra a droga", que já fez milhares de mortos, e o chefe de Estado não tem escondido a sua hostilidade em relação aos jornalistas. "Não é por serem jornalistas que estão livres de serem assassinados", disse Duterte pouco antes de assumir o cargo. Com informações da Lusa.