Tentativas e mortes por suicídio infanto-juvenil saltam nos EUA
Mortes de meninas entre 15 e 19 anos dobraram entre 2007 e 2015
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Mundo Triste
Dois relatórios divulgados recentemente nos Estados Unidos destacam um salto nas tentativas e mortes consumadas por suicídio entre crianças e adolescentes em todo o país. O suicídio é hoje a segunda principal causa de mortes de crianças e adolescentes em idade escolar (de 12 a 18 anos), ficando atrás apenas de acidentes.
Segundo o governo americano, a taxa de suicídios infanto-juvenis é maior que a soma das mortes por câncer, doenças cardíacas e respiratórias, problemas de nascimento, derrame, pneumonia e febre.
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Como publicado pela "BBC", que teve acesso a esses relatórios, as incidências entre meninas são as que mais crescem. Elas enfrentam problemas que há pouco tempo eram mais comuns em adultos, como depressão, ansiedade, bipolaridade e pressão por padrões de beleza inatingíveis.
Dados divulgados na semana passada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças do governo norte-americano apontam que as mortes de meninas entre 15 e 19 anos dobraram entre 2007 e 2015, com 5,1 casos para cada 100 mil. Atingindo um recorde em 40 anos.
Suicídios entre crianças e adolescentes do sexo masculino são ainda mais frequentes, mas crescem em ritmo menos acelerado: 30% no mesmo período (são 14,2 casos para cada 100 mil). Foram registrados 524 suicídios de meninas e 1.537 de meninos entre 15 e 19 anos em 2015.
Um outro relatório apresentado recentemente no Encontro Anual de Sociedades Pediátricas dos Estados Unidos aponta que as internações de menores de idade por pensamentos ou tentativas de suicídio dobraram entre 2008 e 2015. O estudo se focou em crianças e adolescentes entre 5 e 17 anos.
Segundo os dados deste levantamento, o grupo que mais registrou aumento nas internações é o das meninas, que são 2 em cada 3 dos casos.