Trump diz que 'dois lados' são culpados por violência na Virgínia
Presidente afirmou, ainda, que grupos antifascismo foram 'violentos'
© Kevin Lamarque / Reuters
Mundo EUA
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse nesta terça-feira (15) que os "dois lados" foram culpados pelos episódios de violência em Charlottesville, na Virgínia, no último fim de semana.
Um dia depois de ter cedido a pressões para fazer uma clara condenação de racistas e supremacistas brancos, o republicano voltou a mudar seu discurso e jogou também sobre a "extrema esquerda" a responsabilidade pelos distúrbios em Charlottesville.
"Acho que houve culpa nos dois lados. E sobre a extrema esquerda que chegou cobrando a extrema direita, eles têm alguma aparência de culpa? E quanto ao fato de eles terem avançado com bastões nas mãos? Eles têm algum problema? Eu acho que eles têm", declarou o mandatário durante uma coletiva de imprensa na Trump Tower, em Nova York.
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O presidente ainda afirmou que havias "muitas pessoas ruins no outro grupo", referindo-se à esquerda, e cidadãos "muito legais" nos dois lados. "Tinha um grupo de um lado que era muito ruim, e do outro lado um que era muito violento, e ninguém fala isso, mas eu digo", acrescentou.
No último sábado (12), supremacistas brancos fizeram uma manifestação contra negros, imigrantes, gays e judeus sem precedentes na história recente dos Estados Unidos. O catalisador foi um projeto para derrubar uma estátua do general Robert Lee, líder confederado derrotado na Guerra Civil Americana, em Charlottesville.
Ao mesmo tempo, grupos de esquerda protestavam contra a manifestação neonazista, quando um jovem de 20 anos, o ultranacionalista James Fields, jogou seu carro contra eles, matando a ativista Heather Heyer.
Passados três dias do ataque, Trump continua se recusando a tratá-lo como um ato de terrorismo. "Você pode chamá-lo como quiser: terrorista, assassino... Para mim, ele é um assassino", salientou o presidente, respondendo a um jornalista que lhe perguntara sobre como Fields podia ser chamado.
Logo após o atentado, Trump havia declarado que condenava o fanatismo e a violência "de muitos lados", dando ênfase a esse último termo. Dois dias depois, na segunda-feira passada (14), ele mudou o discurso.
"O racismo é malvado, e aqueles que causam violência em seu nome são criminosos e bandidos, incluindo KKK [Klu Klux Klan], neonazistas, supremacistas brancos e outros grupos de ódio, são repugnantes a tudo o que consideramos importantes como americanos", afirmou Trump na ocasião. (ANSA)