Pai de nazista de Charlottesville repudia ato do filho em carta aberta
'Não sabemos exatamente onde ele aprendeu tais crenças. Não foi em casa', escreve
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Mundo Emocionante
Pearce Tefft, o pai de um dos participantes da violenta manifestação de extrema-direita que aconteceu neste sábado (12) em Charlottesville, na Virgínia, resolveu escrever uma carta aberta em um jornal local para repudiar a orientação política do seu filho, Peter Tefft.
O pai ficou sabendo da participação do filho na manifestação através de uma conta no Twitter chamada "Yes, You’re Racist" ("Sim, você é racista", em tradução livre), que está identificando e denunciando os envolvidos.
Segundo Pearce, o seu filho é um “nacionalista branco declarado” que um dia afirmou que “a questão sobre nós, fascistas, não é que não acreditemos em liberdade de expressão. Você pode dizer o que quiser. Nós apenas vamos te jogar em um forno”.
Eu, junto de todos os seus irmãos e de sua família, desejo contundentemente repudiar a retórica e as ações torpes, odiosas e racistas de meu filho. Não sabemos exatamente onde ele aprendeu tais crenças. Não foi em casa."
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De acordo com o site Hypeness, outros familiares referiram-se a Peter como um “maníaco que entrou em um buraco negro da internet e se tornou um nazista louco”, ou simplesmente como alguém de quem eles sentem medo.
Leia a íntegra da carta traduzida:
“Meu nome é Pearce Tefft, e escrevo a todos, a respeito do meu filho mais novo, Peter Tefft, um nacionalista branco declarado que tem aparecido em diversas reportagens locais nos últimos meses.
Na última sexta-feira meu filho viajou para Charlottesville, e foi entrevistado por uma equipe de jornalistas enquanto marchava ao lado de outros nacionalistas brancos, que alegadamente acabaram matando uma pessoa.
Eu, junto de todos os seus irmãos e de sua família, desejo contundentemente repudiar a retórica e as ações torpes, odiosas e racistas de meu filho. Não sabemos exatamente onde ele aprendeu tais crenças. Não foi em casa.
Tenho dividido minha casa e meu coração com amigos e conhecidos de todas as raças, gêneros e credos. Ensinei às minhas crianças que todos os homens e mulheres são iguais. Que temos de amar a todos igualmente.
Evidentemente Peter decidiu por desaprender tais lições, para desgosto e sofrimento meu e de sua família. Estávamos em silêncio até agora, mas agora vemos que isso foi um erro. Foi o silêncio de boas pessoas que permitiu que os nazistas florescessem da primeira vez, e é o silêncio de boas pessoas que está permitindo que floresçam agora.
Peter Tefft, meu filho, não é mais bem-vindo em nossas reuniões familiares. Eu rezo para que meu pródigo filho renuncie suas crenças odiosas e volte para casa. Só assim poderei novamente sorrir.
Suas opiniões de ódio estão trazendo retóricas de ódio na direção de seus irmãos, primos, sobrinhos e sobrinhas, assim como de seus pais. Somos culpados de tal associação? Novamente, nenhuma de suas crenças ele aprendeu em casa. Nós não aceitamos e jamais aceitaremos sua deturpada visão de mundo.
Ele certa vez disse, em tom jocoso: ‘a questão sobre nós, fascistas, não é que não acreditemos em liberdade de expressão. Você pode dizer o que quiser. Nós apenas vamos te jogar em um forno’.
Peter, você vai ter que atirar nossos corpos no forno também. Por favor, filho, renuncie ao ódio, aceite e ame a todos.”