Senadora australiana veste burca para pedir proibição da roupa
Congressistas e muçulmanos repudiaram a atitude
© Ammar Awad/Reuters
Mundo fez piada
Uma senadora vestiu uma burca durante uma sessão do parlamento australiano, nesta quinta-feira (17), para demonstrar a posição do seu partido para proibir o uso da burca - vestimenta usada por mulheres muçulmanas - no país. A campanha da líder do partido de extrema direita, Pauline Hanson, provocou rápida repreensão do governo e dos muçulmanos.
Hanson ficou coberta pela burca por cerca de 20 minutos e depois se disse feliz em poder tirar a vestimenta. "Estou muito feliz em remover isso porque isso não é o que deveria pertencer a este parlamento", disse Hanson. "Se uma pessoa que usa um balaclava ou um capacete em um banco ou qualquer outro edifício, ou mesmo no tribunal, eles devem ser removidos. Por que não é o mesmo caso para alguém que está cobrindo o rosto e não pode ser identificado?", questionou a senadora.
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A atitude da parlamentar surpreendeu a todos e foi muito criticada. O procurador-geral, George Brandis, considerou o ato uma ofensa a grupos religiosos e foi aplaudido por membros da oposição. Brandis disse que as ações da senadora arriscam isolar cerca de 500 mil australianos muçulmanos.
"Para ridicularizar essa comunidade, levá-la a um canto, zombar de suas roupas religiosas, é uma coisa terrível a fazer e eu gostaria de lhe propor uma reflexão sobre o que você fez", disse Brandis. "Não, senadora Hanson, não proibiremos a burca", enfatizou.
Adel Salman, vice-presidente do Conselho Islâmico do estado de Victoria, classificou a ação de Hanson como "uma burla de sua posição". "É muito decepcionante, mas não é surpreendente, pois procurou zombar a fé islâmica uma e outra vez".